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IA monopoliza tarefas e ameaça empregos em setores como criação e indústria

Tarefas repetitivas da indústria estão sendo assumidas pela IA Imagem: José Paulo Lacerda/CNI

Leandro Carneiro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/01/2025 05h30

O crescimento da inteligência artificial trouxe a ameaça a trabalhadores de alguns setores da economia. Em 2025, apesar de a tecnologia estar ainda no início de seu desenvolvimento, algumas funções já foram alteradas em áreas como as industriais e de criação.

O UOL conversou com especialistas em tecnologia para entender qual o atual impacto da IA nos empregos, como lidar com ela e quais as perspectivas para o futuro.

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Quais profissões já sofrem impacto?

Setor de criação tem usado cada vez mais IA. "Substituída, é difícil afirmar, mas a gente já começa a ver impacto em profissões criativas. Antes, na publicidade, se contratavam ilustradores para criar muitas coisas. Hoje, a agência usa IA sem contratar um. Foi 100% substituída? Não, mas uma parte relevante do que fazia comercialmente foi adaptada", disse Ricardo Cavallini, especialista em tecnologia, autor de sete livros na área.

Criadores de conteúdo foram substituídos? Não, mas sofrem impacto. Muito conteúdo pode ser feito com IA.

Área industrial também sofre impacto. "Hoje, tem enorme quantidade de trabalhos, principalmente na área industrial e afins que estão sendo automatizados. Tarefas repetitivas, que seguem determinados parâmetros, podem ser substituídas por IA", falou o professor Daniel Hernandez, diretor de inovações da Associação Brasileira de Tecnologia.

Em compensação, surgem novos trabalhos. "Por outro lado, surgem diversos novos empregos, áreas de ciência de dados, desenvolvimento, engenharia de software, Essas áreas da computação têm muito a prosperar", completou.

IA economiza custos. "Se for analisar, é muito mais barato, mais fácil pegar a voz do ator e fazer ela em todas as línguas com a voz do ator. Não é a mesma coisa, mas muito mais barato, muito mais fácil. Muitas empresas vão passar por isso", ressaltou Cavallini

Impacto no emprego dos fotógrafos. "Não foi (substituído), mas se for olhar boa parte hoje das imagens que vê em posts ou matérias já são criadas em IA. A qualidade de entrega é menor, mas uma parte relevante do que esse fotógrafo fazia de dinheiro morreu".

Dá para se fazer um paralelo com o Instagram. Quando ele começou, se falou da história de que como todo mundo tinha câmera na mão, seria a morte dos fotógrafos. Essa popularização e democratização causaram efeitos. Se for ver o que está sendo gerado, a qualidade quando comparada a de profissionais ainda é muito ruim, mas tem o custo e velocidade de produção

Como não ser substituído

Há um consenso quando a dúvida é sobre como "se proteger" da chegada da IA. "Mais do que focar em carreiras ou profissões específicas, é importante pensar em habilidades. No curto prazo, estar bem preparado ajuda a enfrentar qualquer impacto. Se houver demissão, você estará preparado para novo emprego", destacou Cavallini.

"O professor não vai ser substituído, mas vai precisar trabalhar com IA, atualização é importante. Ideia é uma coisa humana, IA não vai fazer uma ideia, faz com o que já tem. Ser humano é único que pode ter esse tipo de criação", completou Hernandez.

Têm instituições que proibiram colocar IA como co-autor de artigos científicos. A IA monta tudo, que valor isso tem para você como autor? Nenhum. Fora que pode ter muitos erros pelos dados, têm dados verdadeiros e dados falsos por aí.

Daniel Hernandez, diretor de inovações da Associação Brasileira de Tecnologia.

E o que vem pela frente?

"Quando se fala no longo prazo, todas profissões têm risco. Não tem uma que esteja livre. Não dá para prever o que vai ser, precisa focar em habilidades", finalizou Cavallini.

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