Trump recua e adia definição de tarifas sobre importações para fevereiro

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Empossado nesta segunda-feira (20) como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump decidiu não taxar imediatamente as importações de alguns países, como prometeu durante a campanha eleitoral. Ele avalia que isso pode acontecer a partir de 1º de fevereiro.
O que aconteceu
Após discurso na Arena Capital One, em Washington, Trump se sentou em uma cadeira e assinou ao menos dez ordens executivas. Algumas congelaram gastos e contratações até que o governo tenha total conhecimento das informações econômicas. Não houve qualquer menção às medidas econômicas esperadas.
Tarifas eram previstas no primeiro dia de Trump no cargo. O indicativo é de que as compras originadas em alguns países, a exemplo do México, Canadá e China, seriam taxadas em até 25% imediatamente após o retorno do republicano à Casa Branca. A promessa foi amplamente defendida por Trump durante a campanha eleitoral e nas redes sociais.
Trump calcula "enormes quantias" de receitas vindas do exterior. Mesmo sem a taxação instantânea, o republicano antecipou que a imposição das tarifas a partir de 1º de janeiro. A intenção com a medida é reestruturar a indústria norte-americana. Segundo Trump, as decisões tornarão os EUA "uma nação manufatureira novamente".
Produtos de origem chinesa seriam o mais impactados pelas tarifas. Conforme as manifestações de campanha, as tarifas impostas oscilariam entre 10% a 20% sobre importações globais para os EUA. Já para os artigos direcionados pela China, a taxa prometida alcançaria 60% diante da intenção de reduzir o déficit comercial que supera US$ 1 trilhão todos os anos.
Decisão deve ser baseada em análises de agências federais. O jornal norte-americano The Wall Street Journal e a rede de TV NBC confirmaram, com respectivas fontes no governo Trump, que o presidente vai pedir às agências federais análises das diferentes de áreas de política comercial e recomendar ações, revisar tarifas e acordos comerciais existentes.
Impostos atualmente são pagos por importadores nacionais. A tarifa acaba refletindo também para o consumidor. Esse é um dos motivos apontados pela imprensa norte-americana para a "recuada". O governo estuda ainda a ideia de criar um Serviço de Receita Externa para coletar receita tarifária.
Combustíveis
Já no Salão Oval da Casa Branca, Trump assinou a emergência energética, com argumento de que produção maior de petróleo pode reduzir custos de combustível e eletricidade. Os Estados Unidos não enfrentam problemas nesse sentido, mas a justificativa é para tentar segurar a inflação e diminuir os preços de bens e serviços. Para isso, potencial do Alasca deve ser explorado mais
Produção de gás natural e energia para competir com a China. O estado de emergência energética permite que o país aumente a produção, no que Trump chama de uma forma de competir com a China para desenvolver tecnologias, como inteligência artificial, que dependem de bases de dados que consomem muita energia.
Isso afeta também a produção de veículos elétricos, que deve ser desestimulada no novo governo. O objetivo final é restaurar o "domínio energético" dos Estados Unidos. "Eles [governo Biden] destruíram minha proposta de energia, e agora retomando isso, o cidadão já vai perceber diferenças", disse Trump.
Promessa de agir contra imigrantes ilegais e declarar emergência nacional na fronteira ao sul foi cumprida. Isso deixou um alerta nas empresas. Ainda que o objetivo seja desestimular a contratação dessas pessoas, a avaliação de alguns setores é que, sem gente para trabalhar, a produção industrial interna pode ser prejudicada.
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