Prévia da inflação de janeiro fica em 0,11%, puxada por alimentos
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A prévia da inflação perdeu ritmo e ficou em 0,11% em janeiro, na comparação com a variação de 0,34% apurada em dezembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado foi influenciado pelo avanço de preço dos alimentos, que impediram a primeira deflação da série histórica do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15) para meses de janeiro.
O diz o IPCA-15
Índice de preços tem menor variação da história para meses de janeiro. Até então, a menor taxa havia sido apurada em 2019 (+0,3%). No ano passado, a prévia de inflação de janeiro foi de 0,31%. O mercado financeiro estimava uma deflação de 0,03% para o IPCA-15 deste mês.
Resultado devolve a prévia da inflação para o intervalo da meta. Com a terceira desaceleração consecutiva, o índice acumula alta de 4,5% entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, exatamente o limite definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2025.
Alimentos mais caros
Grupo de alimentação e bebidas impede deflação no IPCA-15. Com impacto de 0,23 ponto percentual sobre o índice geral, a inflação do grupo ficou em 1,06% no mês de janeiro. A eventual alta mais contida resultaria na primeira variação negativa da prévia da inflação para o mês, conforme previsto pelos analistas.
Variação de preço da alimentação no domicílio foi de 1,1%. Contribuíram para o avanço as altas de preço do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%). Por outro lado, batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%) pesaram menos no bolso.
Consumo dos alimentos fora da residência teve alta menor. A alta de 0,93% do subgrupo representa uma desaceleração ante o avanço registrado em dezembro (1,23%). O resultado foi puxado pelas variações do lanche (0,98%) e da refeição (0,96%).
Contas de luz

Tarifas de energia elétrica residencial ficaram 15,46% mais baratas. O valor corresponde ao segundo recuou seguido das contas de luz, após alívio de 5,72% em dezembro. Na ocasião, a queda foi ocasionada pelo retorno da bandeira verde, sem cobrança adicional.
Recuo foi puxado pelo "bônus Itaipu". O alívio no bolso considera o desconto concedido nas tarifas de energia elétrica para as famílias que tiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) em ao menos um mês de 2023.
Benefício leva em conta a distribuição do saldo positivo da hidrelétrica. O valor referente ao ano de 2023 foi repassado com atraso e, por isso, alcançou os consumidores apenas no mês de janeiro. Em 2023, o benefício foi aplicado as contas de julho.
"Bônus Itaipu" beneficia 78 milhões de consumidores em janeiro. A previsão considera o desconto de até R$ 49 nas tarifas. O repasse total de R$ 1,3 bilhão foi aprovado em novembro do ano passado pela (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Transportes
Grupo contribuiu para a alta do IPCA-15 com variação de 1,01%. O avanço foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas, que saltaram 10,25% em janeiro.
Preço dos combustíveis subiu 0,67%, segundo a prévia da inflação. A elevação foi motivada pelas variações do etanol (1,56%), do óleo diesel (1,10%), do gás veicular (1,04%) e da gasolina (0,53%).
Veja a variação de cada um dos grupos
- Alimentação e bebidas: +1,06%
- Transportes: +1,01%
- Artigos de residência: +0,72%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,64%
- Vestuário: +0,46%
- Despesas pessoais: +0,4%
- Educação: +0,25%
- Comunicação: +0,15%
- Habitação: -3,43%
O que é o IPCA-15
O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 13 de dezembro e 14 de janeiro.
O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).
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