Brasil exporta menos aço, mas EUA são, de longe, os maiores compradores
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Apesar de as exportações de aço bruto terem caído no ano passado, com 10,4% a menos de vendas, o Brasil fechou o período com uma produção 5,3% superior a de 2023. Em 2024, 63% de tudo o que foi produzido pelas siderúrgicas nacionais foram absorvidos pelo mercado interno.
Os Estados Unidos, que agora ameaçam sobretaxar o aço brasileiro, são, de longe, os maiores compradores do Brasil.
O que aconteceu
Em 2024, o Brasil produziu 33,74 milhões de toneladas de aço, 5,3% a mais que as 32,03 milhões de toneladas de 2023. A elevação se deu principalmente pelo aquecimento do mercado interno. Os dados foram divulgados em janeiro pelo instituto Aço Brasil, que reúne siderúrgicas instaladas no país.
As vendas no mercado interno somaram 21,2 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2024. Esse número representa um crescimento de 8,3% quando comparado ao ano anterior.
As exportações foram mal. De janeiro a dezembro do ano passado, 9,6 milhões de toneladas de aço deixaram o Brasil, em negociações que representaram US$ 7,7 bilhões ao país. Esses dados representam, respectivamente, redução de 18,1% (na quantidade) e de 21,9% (no valor) na comparação com o mesmo período de 2023.
O Brasil produz apenas 1,8% do aço utilizado no planeta. O país ocupa a nona colocação no ranking de produtores, no qual a China é líder disparada, com 54,7% de participação mundial. Depois vêm Índia (8%) e Estados Unidos (4,6%).
A produção de aço bruto em 2025 deve cair 0,6%, segundo a Aço Brasil. Vendas internas também devem ter redução até dezembro, com 0,8% menos.
Vendeu menos para o exterior, mas comprou como nunca. No ano passado, as importações atingiram o maior patamar da história: 5,94 milhões de toneladas, uma expansão de 18,2%.
As ameaças de Trump
O presidente Donald Trump anunciou neste domingo (9) que vai elevar as tarifas para o aço e alumínio de todos os países. A decisão deve ser assinada nesta segunda-feira (10), com uma taxa prevista de 25% sobre os produtos.
O Brasil será um dos países mais afetados, com taxas que podem impactar US$ 6 bilhões em vendas, ao lado de Coreia do Sul, México e Canadá. O país exporta 48% de sua produção de aço bruto e 16% da de alumínio para os Estados Unidos. Procurado, o Itamaraty indicou que não iria comentar por enquanto a declaração de Trump.
No seu primeiro mandato, Trump impôs uma tarifa de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. No entanto, ele reverteu as tarifas de importação de aço no passado, negociando cotas de importação, especificando quantidades limitadas para compra dos produtos com o Brasil, o México e o Canadá.
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