Brasileiros usam energia como nunca, e ONS diz que não vai faltar luz
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O calor que os brasileiros estão sentindo não é à toa, as temperaturas estão mais altas nas últimas semanas e chegaram a bater recorde de demanda instantânea de energia elétrica no SIN (Sistema Interligado Nacional), de acordo com o registro do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Entenda se isso pode afetar o seu bolso.
O que está acontecendo
Demanda instantânea atingiu 103.785 MW (megawatts) por volta das 14h da terça-feira (11). O recorde anterior foi no final de janeiro, com um pico de 102.924 MW. O ano está só começando e o recorde já foi batido três vezes.
O recorde ocorreu quando, em um mesmo momento, houve o maior consumo simultâneo de energia no país. Isso exigiu um pico da geração para o atendimento desta demanda. A ONS diz que o consumo é diretamente impactado pelas condições climáticas, visto que as altas temperaturas estão sendo registradas em diferentes regiões do Brasil.
Estados do Sul também registraram recordes. A demanda instantânea da região atingiu 23.091 MW na mesma faixa de horário, perto das 14h, e ainda superou o recorde de 21.950 MW do dia anterior.
Atividade econômica maior. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que a crescente demanda também está relacionada à retomada das atividades econômicas, além das altas temperaturas registradas pelo Brasil.
Sem alardes, a nota emitida pelo ONS tranquiliza a situação. Mesmo com o aumento da demanda, a operação está estável e segura, com garantia do fornecimento de energia.
O sistema elétrico brasileiro suporta esse consumo e vem se ampliando cada vez mais. Ricardo Rodil, economista da Crowe Macro Brasil, diz que a capacidade de abastecimento nacional foi ampliada especialmente a partir de formas alternativas de geração, como eólica e fotovoltaica, cuja representatividade na matriz energética brasileira vem crescendo significativamente.
Dependendo da regionalização das atividades econômicas, poderá haver necessidades pontuais, mas os investimentos em transmissão e distribuição e a crescente entrada de redes privadas que se interligam ao sistema contribuem.
Ricardo Rodil, economista da Crowe Macro Brasil
O calor vai continuar
Onda de calor deve durar até final de fevereiro. Segundo o Climatempo, as temperaturas podem chegar até 7°C acima da média e com chuva isolada em algumas regiões.
No Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia, em Pernambuco e Piauí, as temperaturas podem se aproximar dos 40?°C. E as quatro capitais do Sudeste têm chances de registrar recordes de calor em 2025.
Pancadas de chuva terão pouco efeito na redução do calor. As frentes frias serão mais oceânicas e a massa de ar quente acaba dificultando a formação de nuvens carregadas, o que favorece dias bem mais secos e quentes.
Luz vai ficar mais cara?
Calorão deve aumentar o consumo de eletrodomésticos que refresquem a casa. Os que mais usam energia são aqueles cujo funcionamento depende ou está baseado em resistências, como chuveiros elétricos. Vale ficar de olho no selo para saber qual é o nível de consumo.
Impacto na inflação não é imediato. O economista Ricardo Rodil diz que, em médio prazo, se a tendência de consumo aumentar e se consolidar, poderá seguramente gerar aumentos de tarifa. Isso se desdobra em pressões inflacionárias tanto pelo seu impacto em si quanto pelo aumento dos custos dos setores industrial, comercial e de serviços.
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