Sephora é multada pelo Procon-SP em quase R$ 515 mil por Black Friday
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A rede internacional de lojas de cosméticos Sephora, ligada ao grupo francês LVMH, dono da Louis Vuitton, foi multada em R$ 514,7 mil pelo Procon-SP por uma série de reclamações de consumidores que tiveram problemas com compras na Black Friday de 2024.
A punição aconteceu após a publicação de reportagem no UOL em 13 de janeiro com relatos das dificuldades de diversos clientes da empresa, Brasil afora, cujas compras foram canceladas unilateralmente pela Sephora ou tiveram apenas parte de seus pedidos entregue.
Segundo o comunicado divulgado pela Fundação Procon de São Paulo nesta semana, a multa foi aplicada em 14 de fevereiro por meio de processo administrativo e a companhia terá o direito de recorrer. Até o momento, foram registradas mais de 1.400 reclamações contra a Sephora após o período promocional do ano passado. Este número refere-se somente ao Estado de São Paulo.
Procurada pela reportagem, a Sephora Brasil não respondeu se vai recorrer. Em nota, disse que "atenderá ao requerimento dentro do prazo legal estabelecido". Afirmou que "a revisão de todos os seus processos operacionais é contínua", que "segue comprometida com a melhoria para entregar, cada vez mais, uma experiência única e de qualidade em toda sua jornada" e que "a satisfação e a experiência dos clientes é uma prioridade, [por isso] segue reforçando seu time para garantir total assistência aos consumidores impactados".
Outros Procons, espalhados pelo país, também poderão multar a companhia, já que acumulam queixas contra ela. O Procon-SP relatou, no informe distribuído à imprensa, que a Sephora se comprometeu a solucionar as demandas, mas que isso não aconteceu.
A fundação de defesa do consumidor ainda alertou que comprovou outras irregularidades cometidas pela rede de lojas desde a promoção da Black Friday do ano passado. O órgão de defesa diz que houve inserções de cláusulas abusivas nas condições gerais de venda e nos termos de uso do website e do aplicativo de comercialização dos produtos revendidos pela Sephora, o que reforçaria a decisão de multar a companhia.
Ainda de acordo com o Procon-SP, faltava informação clara e precisa sobre o endereço eletrônico da empresa, e a Sephora não possibilitou a seus clientes a opção de escolha de data e turno para a entrega dos produtos adquiridos durante a data promocional. Esses problemas incorrem em infração às regras ao Código de Defesa do Consumidor.
O site "Reclame Aqui", um bom termômetro sobre a relação entre empresas e consumidores, atualizou seus dados, a pedido do UOL, confirmando que, nos últimos seis meses (entre 1º de agosto de 2024 e 31 de janeiro de 2025), 20.660 reclamaram da Sephora (eram cerca de 18 mil no momento da publicação da denúncia, em 13 de janeiro). Desse total, cerca de 94% das queixas foram respondidas, mas somente cerca de 65% foram solucionadas. Ou seja: ao redor de um terço dos que reclamaram de problemas com a empresa desde a Black Friday não tiveram suas demandas resolvidas até o momento, de acordo com o "Reclame Aqui". Com esse volume de problemas, a Sephora ostenta o desfavorável selo de "Reputação Ruim", dado pela plataforma.
Segundo o UOL apurou, a empresa passou a fazer um inventário de seus produtos após a publicação da primeira reportagem em janeiro. A Sephora também confirmou que interrompeu as promoções nos seus canais de vendas.
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