'Arcabouço fiscal não é uma ficção', diz ex-ministro Joaquim Levy

O resultado primário do governo, ou seja, a diferença entre as receitas e as despesas primárias, não deve ser motivo de pânico e o arcabouço fiscal não é uma ficção, disse o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, em evento nesta sexta-feira (21).

O que ele disse

Despesas do governo não são motivo de pânico. "É claro que temos problemas, mas não devemos nos levar por pânico em relação ao [resultado] primário", disse Levy, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma e hoje é diretor de estratégia econômica do Banco Safra. Ele falou sobre o cenário econômico em evento da farmacêutica Cimed, em São Paulo.

Arcabouço fiscal não é ficção, e pacote de cortes dá fôlego ao governo. "Acho que o arcabouço não é ficção", disse. Segundo Levy, para o arcabouço funcionar, o governo precisa ter disciplina. "O governo não pode inventar novos gastos. E ele está segurando", disse. Levy também comentou sobre o pacote de cortes anunciado no fim de 2024 pelo governo. Segundo o ex-ministro, o pacote "dará fôlego ao governo até 2028".

Economia precisa crescer para equilibrar a relação dívida/PIB. Outro ponto importante para manter a dívida controlada é o crescimento da economia, disse. "Tem que crescer para a relação dívida/PIB cair. Quanto mais o PIB cresce, mais a dívida cai", disse.

Gasto público federal no ano passado foi mais baixo do que no pré-pandemia. Levy destacou ainda que o gasto público do governo federal em relação ao PIB foi menor em 2024 do que o de antes da pandemia e também menor do que no período do governo Temer. "Isso porque o governo segurou e o PIB andou bem", disse.

Dólar alto levou a alta da inflação. Levy comentou sobre o comportamento do dólar, que teve forte em 2024, o que favoreceu a alta da inflação no país. " Por isso temos tido inflação de comida. Porque o dólar subiu e, na medida que voltar, teremos uma inflação mais sob controle", disse.

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