Sem aceitar que economia esfriou, governo deve lutar com BC, diz economista
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O governo federal sinaliza que terá novos enfrentamentos com o Banco Central por não reconhecer que a economia brasileira esfriou, afirmou o economista Teco Medina em entrevista ao UOL News nesta terça (25).
A prévia da inflação para fevereiro ficou em 1,23%, 1,12 ponto percentual acima da prévia registrada em janeiro, de acordo com o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgado hoje. É a maior alta desse indicador desde abril de 2022.
A inflação não está fora do controle, mas da meta e será maior do que a do ano passado. Em 2024, tivemos um IPCA de 4,8%; nesse ano, será entre 5,5% e 6%. É por isso que o Banco Central está subindo os juros. Teremos que torcer para o dólar cair e para os juros fazerem efeito rapidamente para que a demanda diminua um pouco.
Quanto antes o presidente entender e aceitar isso, mais simples e rápida será a missão do Banco Central. A questão é saber se o governo aceitará que a economia deu uma esfriada. Acho que não, e teremos de novo essa luta do governo, pisando no acelerador, com o BC, no freio. Como já dissemos antes, é sempre o pior equilíbrio para todo mundo. Teco Medina, economista
Medina explicou que, embora a prévia da inflação de fevereiro tenha sido alta, ela ficou abaixo do esperado.
Esse IPCA de fevereiro vem poluído pelo de janeiro, que veio 0,5 ou 0,6 ponto percentual abaixo do que seria, por conta de um movimento nas contas de energia. Quando olharmos janeiro e fevereiro juntos, a inflação será de 1,4%, que é o que deveria ser. Só foi dividido de forma diferente neste ano: muito menos em janeiro e mais em fevereiro.
Sobre o número de hoje, não é surpresa alguma e está tudo dentro do que se imaginava. O IPCA-15 veio até um pouco abaixo do que se esperava. Houve um grande impacto nesse ajuste da conta de energia [elétrica] e outro, que sabemos ter todo ano, do reajuste nas mensalidades escolares. Teco Medina, economista
Sakamoto: Com rádio e TV, Lula tenta ganhar tempo até inflação ceder
As novidades anunciadas por Lula nos programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular fazem parte do esforço do presidente em recuperar parte de sua popularidade, enquanto trabalha maneiras para baixar o preço dos alimentos e conter a inflação, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.
Com o rádio e a TV, Lula tenta ganhar tempo até a inflação começar a ceder. Como repetimos desde 2023, o que elegerá um sucessor do Lula ou ele próprio em 2026 será o arroz, o feijão, a picanha e a cerveja.
É claro que isso não é a única coisa e que há uma mudança no eleitorado. Há uma nova classe média com novas aspirações que não se reconhece no PT, com uma demanda que vai além da geração de empregos. Sabemos de tudo isso. O que corrói a popularidade de qualquer governo é o aumento do custo de vida.
Não adianta ter PIB e salário em alta, desemprego em baixa e desigualdade caindo se o custo de vida permanece alto. A população até prefere que o salário não aumente, desde que o custo de vida caia ou fique como está. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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