Briga entre Trump e Zelensky e nomeação de Gleisi fazem dólar disparar
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O dólar retornou ao patamar de R$ 5,90, o mesmo valor registrado em janeiro deste ano, após um dia de intensas movimentações no cenário político nacional e internacional. A moeda americana valorizou 1,5% em relação ao real.
O que aconteceu
Dólar chega a R$ 5,916. A cotação para turistas também registrou alta, com valorização de 1,32% e fechamento em R$ 6,126. Ao longo da semana o dólar valorizou R$ 0,160 , representando um aumento de aproximadamente 2,79%.
Política internacional impactou o preço no Brasil. Investidores reagiram à tensão gerada por um encontro entre lideranças políticas nos Estados Unidos. Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a reunião entre Volodymyr Zelensky, Donald Trump e J.D. Vance teve desdobramentos negativos e afetou a confiança do mercado.
Reunião foi marcada por gritos e acusações. No Salão Oval da Casa Branca, a assinatura de um acordo sobre exploração de recursos minerais na Ucrânia ocorreu em meio a um ambiente hostil. O episódio aumentou a percepção de risco geopolítico, contribuindo para a valorização do dólar, segundo Alves.
A reunião entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky terminou sem avanços concretos, o que elevou a incerteza geopolítica global. Esse tipo de cenário costuma gerar uma busca por ativos mais seguros, como o dólar, pressionando o real para baixo.
Gianluca di Mattina especialista em investimentos da Hike capital
Trump já vinha influenciando o dólar. As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos ao México, Canadá, China e União Europeia aumentaram a aversão ao risco no mercado, elevando a preocupação com a inflação no país. Esse movimento já vinha fortalecendo a moeda americana. "Com o aumento da aversão ao risco, ativos de países emergentes, como o real, sofrem desvalorização frente ao dólar", afirma Mattina.
Movimentações na política nacional também afetaram a cotação. Além do cenário externo, fatores internos contribuíram para a valorização do dólar, segundo agentes do mercado financeiro. A indicação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria de Relações Institucionais já era esperada, mas gerou reações. "Isso mostrou que o PT está ficando com menos aliados, perdendo um pouco do apoio do centrão, tanto é que teve que colocar o presidente do partido no ministério, e acho que isso acabou pesando sobre o real", diz Alves.
Bolsa cai
Ibovespa registra queda expressiva. No último pregão de fevereiro, o principal índice da Bolsa de Valores recuou 1,6%, revertendo a leve alta de 0,02% do dia anterior.
Pontuação chama atenção. Nas últimas semanas, o Ibovespa oscilou entre 124 mil e 125 mil pontos. Nesta sexta-feira, porém, o índice caiu para 122.799,09 pontos, marcando um recuo significativo no mercado.
Ações da Marcopolo (POMO4) e da Eletrobras (ELET3) lideraram as altas do pregão. Os papéis da fabricante de ônibus subiram 2,8%, encerrando o dia cotados a R$ 7,35, enquanto as ações da companhia elétrica avançaram 2,6%, para R$ 38,22. No campo negativo, a Marfrig (MRFG3) registrou a maior queda do dia, com recuo de 10,15%, fechando a R$ 13,63. A Braskem (BRKM5) também teve forte desvalorização, caindo 7,11% e terminando o pregão a R$ 10,97.
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