3,35 milhões de barris por dia em 2024: onde existe petróleo no Brasil?

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Técnicos do Ibama recomendaram rejeitar o pedido da Petrobras para pesquisar a exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, no Amapá. No ano passado, o país produziu uma média anual de 3,358 milhões de barris por dia de petróleo, segundo boletim da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Ao todo, foram mais de 1,2 bilhão de barris.
Onde há petróleo no Brasil?
A exploração de petróleo é feita por meio de reservas do recurso em bacias sedimentares, no continente (onshore) e no mar (offshore). Tecnicamente, a reserva é uma estimativa do volume de petróleo ou gás natural presente nos reservatórios que pode ser produzido. Já os reservatórios são a acumulação de petróleo ou gás natural em determinada camada do subsolo.
Nas bacias estão diferentes campos de produção, onde são feitos os poços para a extração do produto. Um painel da ANP, com dados de 2024, a produção está distribuída em 11 estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Bahia, Amazonas, Sergipe, Alagoas, Ceará, Maranhão e Paraná —listados do maior para o menor produtor.
O boletim de 2024 mostra o resultado de 13 bacias produtoras de petróleo e gás natural. São elas: Santos (SP), Campos (RJ), Potiguar (entre RN e CE), Recôncavo (BA), Espírito Santo, Solimões (AM), Sergipe-Alagoas, Amazonas, Parnaíba (entre PI, MA, CE, PA, TO e BA), Barreirinhas (MA), Camamu (BA), Tucano do Sul (BA) e Paraná. Outro painel da ANP, com dados até 2023, lista ainda as bacias de Mucuri e Jequitinhonha (ambas entre BA e MG).
Um relatório de dezembro de 2024 mostra que os 30 poços com maior produção de petróleo estão na bacia de Santos. O campo de Tupi teve a maior produção total acumulada entre os campos marítimos até 2024, com um total de 3,434 milhões de barris de petróleo equivalente. Em terra, os 30 poços com maior produção estavam nas bacias Solimões, Recôncavo, Espírito Santo, Sergipe-Alagoas e Potiguar.
Bacia Foz do Amazonas é disputada
A região já teve 95 poços petrolíferos perfurados. Destes, houve apenas uma descoberta comercial de gás natural e alto índice de abandono por dificuldades operacionais. O local é alvo de impasse entre as áreas ambiental e energética do governo, enquanto a Petrobras pede licenciamento para mais um poço.
Técnicos do Ibama deram parecer desfavorável, mas quem decide é o presidente do instituto. Cabe a Rodrigo Agostinho conceder ou não a licença, mesmo a equipe avaliando que as informações e medidas prestadas pela Petrobras não foram capazes de afastar os riscos e fragilidades apontados anteriormente.
Nos últimos meses, o licenciamento foi alvo de pressão por parte do governo. O presidente Lula fez críticas ao Ibama, acusando-o de dificultar o licenciamento que busca estudar a viabilidade técnica e econômica da exploração, antes de iniciar a produção de petróleo, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.
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