Dólar despenca: tarifas de Trump seguem influenciando moeda, que cai 2,7%
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O dólar comercial registrou forte volatilidade hoje, alcançando R$ 5,847 no início do dia, mas encerrando com queda expressiva de 2,72%, em R$ 5,755.
O movimento foi influenciado pelo primeiro discurso de Donald Trump no Congresso dos Estados Unidos, ontem, e por declarações do secretário de Comércio norte-americano sobre um possível alívio tarifário.
As falas deram o tom do câmbio no cenário pós-Carnaval, ampliando as expectativas do mercado sobre a política econômica da nova administração dos EUA.
O que aconteceu
Dólar comercial fechou a R$ 5,755. A cotação da moeda norte-americana teve um dia de forte volatilidade, refletindo as incertezas do mercado internacional. O dólar para turismo também registrou queda expressiva de 1,99%, mas permaneceu acima de R$ 6 (R$ 6,005).
O discurso de Trump gerou insegurança e impulsionou o dólar pela manhã. Na noite anterior, o presidente dos Estados Unidos fez um balanço de seus primeiros 43 dias no cargo e defendeu tarifas de reciprocidade para proteger a economia americana. Ao justificar a medida, citou o Brasil e outros parceiros comerciais, alegando que impõem tarifas mais altas do que as aplicadas pelos EUA.
Novas tarifas contra Canadá e México entraram em vigor. A taxação de 25% sobre mercadorias desses países começou a valer ontem, ampliando a tensão no mercado cambial. No entanto, declarações do secretário de Comércio, Howard Lutnick, trouxeram alívio ao mercado ao indicar que as tarifas podem ser flexibilizadas por categoria. Os automóveis, por exemplo, ganharam um mês antes da adoção das novas tarifas.
O dólar passou a cair drasticamente após a fala de Lutnick. No Brasil, as declarações do secretário aliviaram a pressão sobre a moeda, que reverteu a alta inicial e fechou o dia em forte queda.
Bolsa
Ibovespa encerra pregão em alta de 0,2%. O principal índice da Bolsa brasileira atingiu 123.046,85 pontos, com variação entre 122.747,06 e 123.364,03 pontos ao longo do dia. O pregão teve abertura tardia, iniciando às 13h, após dois dias sem negociações.
Bolsa reflete baixa da Petrobras (PETR3). A empresa está entre as principais quedas do dia, 4,61%, antecedida por Bravante Pescados (BRAV3), que liderou as desvalorizações, com recuo de 8,27%, e a Qualicorp (QUAL3), com -5,62%. Segundo Vírgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, o fato de uma das principais empresas da Bolsa brasileira estar entre as maiores quedas impacta o Ibovespa como um todo.
Embraer lidera ganhos com alta de 8,79%. Os papéis da EMBR3 encerraram o dia cotados a R$ 75,85, impulsionados por perspectivas positivas no setor aeroespacial.
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