Petróleo faz Brasil ter primeiro déficit comercial desde janeiro de 2022

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O comércio exterior do Brasil registrou alta de 6,5% no saldo entre importações e exportações nos dois primeiros meses de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, fevereiro foi marcado por um volume maior de importações do que de exportações, um resultado atípico.
A inversão foi causada pela compra de uma plataforma de petróleo chinesa por US$ 2,7 bilhões, que elevou os números das importações no mês.
O que aconteceu
Primeiro déficit desde janeiro de 2022. O Brasil registrou um déficit comercial de US$ 0,32 bilhão em fevereiro deste ano, o primeiro resultado negativo desde janeiro de 2022, quando o saldo foi de US$ 59 milhões. No mês, as exportações somaram US$ 22,93 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 23,25 bilhões.
Compra de plataforma influenciou o resultado. O déficit foi impactado pelo aumento expressivo das importações, especialmente pela aquisição de uma plataforma de petróleo. Sem essa compra, o país teria fechado fevereiro com um superávit de US$ 2,376 bilhões, em vez do saldo negativo registrado.
Investimentos em plataformas são esporádicos. Segundo Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, esses investimentos não ocorrem com frequência. "O Brasil ainda é muito competitivo. Não é esperado que ele reduza ao ponto de exportação. A exportação ainda é muito superior nos períodos acumulados em relação à importação", disse em coletiva.
Em fevereiro, carnes e celulose e carnes são os mais vendidos. A indústria de transformação, responsável por converter matérias-primas em produtos manufaturados, a indústria de transformação registrou crescimento de 3,7% nas exportações no acumulado do ano.
Minérios, petróleo e agropecuária puxaram queda geral. No primeiro bimestre, as exportações da indústria extrativa caíram, acompanhadas da redução na venda de produtos agropecuários, como soja (US$ -1,38 bilhão) e milho não moído (US$ -0,39 bilhão), além de minério de ferro e seus concentrados (US$ -1,60 bilhão) e óleos brutos de petróleo (US$ -0,81 bilhão).
Estados Unidos se destacam
Comércio com os Estados Unidos se fortaleceu. Tanto as exportações brasileiras para o país quanto as importações de produtos estadunidenses cresceram, indicando uma ampliação das trocas comerciais bilaterais. Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil aumentou as vendas externas principalmente para Argentina (55,7%), EUA (8%) e Canadá (36%).
Tarifas de Donald Trump ainda não afetam comércio com Brasil. O anúncio das tarifas impostas pelo recém eleito presidente dos Estados Unidos aos principais parceiros comerciais do país ainda não afetou o comércio entre os americanos e os brasileiros. De acordo com Brandão, também não é possível prever o futuro impacto dessas políticas para a balança comercial do país.
Relação comercial com a China mudou. Enquanto o Brasil reduziu as exportações para o país asiático, as compras de produtos chineses aumentaram de forma expressiva, influenciadas pela aquisição de uma plataforma de petróleo.
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