Carla Araújo: Baixar preço dos alimentos é equação difícil para Haddad
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Após medidas anunciadas pelo governo Lula (PT), controlar o preço dos alimentos será uma equação difícil para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a colunista Carla Araújo no UOL News, do Canal UOL, hoje.
A gente não teve nessas reuniões dessa semana o ministro Fernando Haddad. Ele estava em agenda em São Paulo e foi representado pelos secretários [da Fazenda]. Mas há também uma expectativa sobre como Haddad vai se colocar em relação a essas medidas.
Ainda é preciso ver o balanço que essas medidas vão ter na efetividade da diminuição dos preços e também nas contas públicas. Então, é uma equação difícil... baixar o [preço do] alimento não será como uma bala de prata, mas o governo começa a tentar algumas alternativas. Não há uma resposta simples para esse tipo de problema. Carla Araújo, colunista do UOL
Ontem, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), se encontrou com ministros e auxiliares em mais uma reunião de trabalho para tratar sobre medidas para o enfrentamento da inflação de alimentos. Para esta reunião, no entanto, foram sentidas as ausências de integrantes importantes da Fazenda —Fernando Haddad comanda a pasta— e do Planejamento —atualmente, a ministra é Simone Tebet. Foram enviados apenas dois secretários da Fazenda.
Após o encontro, o governo anunciou seis medidas para tentar baixar os preços dos alimentos: em uma delas, por exemplo, Alckmin informou que dez produtos terão alíquota zerada para importação por tempo indeterminado. A alta dos preços tem impacto direto na queda da popularidade de Lula.
No dia seguinte, Lula discursou dizendo estar preocupado com a alta dos preços, que trabalha na busca de uma solução pacífica, que não leve prejuízo aos produtores, mas que não descarta a possibilidade de medidas mais drásticas.
Essa fala foi muito ruim, e foi isso o que os ministros tentaram passar para o Lula, de que as medidas adotadas serão feitas em conjunto com a indústria, mas sem que ninguém precisasse pagar a conta, muito menos os brasileiros que já estão com o preço nas alturas e estão sentindo isso no bolso.
Existe outro fator, de que a fala do presidente Lula não ajuda em nada, de que é a necessidade de controle das contas públicas, a responsabilidade fiscal. Então quando o presidente Lula faz essas falas mais inflamadas para um público específico [neste caso, a plateia era formada por integrantes do MST], não tem um impacto positivo para o lado empresarial. Carla Araújo, colunista do UOL
Produtos que terão imposto zerado por tempo indeterminado
Serão zeradas as alíquotas de importação de dez produtos. São eles:
- Carne (hoje, é 10,8%)
- Café (9%)
- Açúcar (14%)
- Milho (7,2%)
- Óleo de girassol (9%)
- Azeite de oliva (9%)
- Sardinha (32%)
- Biscoitos (16%)
- Massas alimentícias: (14,4%)
- Óleo de palma: aumentar limite de 65 mil para 150 mil toneladas.
Economista: 'É um PIB que se fantasia de pibão'
O crescimento da economia brasileira de 3,4%, em 2024, não é considerado um número desprezível, mas o cenário apresentado nos dois últimos trimestres revela que o crescimento esperado para 2025 pode não ser tão promissor assim, analisou a economista e professora do Insper Juliana Inhasz no UOL News.
Então, é um PIB que se fantasia de 'pibão' e, na verdade, é um 'pibinho'. Julianha Inhasz, economista
O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3,4% no ano passado, na comparação com 2023, totalizando assim R$ 11,7 trilhões. É considerada a maior taxa anual desde 2021. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado anual, no entanto, ficou abaixo do projetado pelo Banco Central. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), indicador divulgado pelo BC e conhecido por antecipar o comportamento do PIB, sinalizou um crescimento de 3,8% da economia nacional em 2024.
A questão é que, primeiro, esse crescimento, esse tipo de medida ou essa forma de crescer, é bem complexa. Complexa, porque a gente não sabe fazer isso para sempre. A gente tem um problema fiscal grande que não conseguimos resolver. O governo, inclusive, mostra que o baixo comprometimento continua existindo. Esse crescimento das despesas correntes do consumo do governo mostra isso. E o PIB desacelerou bastante no terceiro e no quarto trimestre.
Então é aquele PIB que vem alto, relativamente o número é bom. A gente não está falando que 3,4 é desprezível... porém, a gente vê nos últimos dois trimestres uma desaceleração e uma perspectiva de que esse ano de 2025 seja um ano em que a gente vai crescer muito menos. Juliana Inhasz, economista
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