Dólar supera R$ 5,85: mercado teme recessão nos EUA e inflação por aqui
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O dólar apresentou variação positiva hoje, com o mercado financeiro à espera da divulgação das inflações do Brasil e dos Estados Unidos nesta semana. A moeda norte-americana avançou 1,06% e era negociada por R$ 5,852.
O que aconteceu
Dólar comercial apresenta nova alta nesta sessão. A variação positiva da divisa mantém a valorização da moeda norte-americana ante o real registrada nos últimos dois pregões, período no qual a cotação avançou 0,59%, de R$ 5,756 para R$ 5,790.
Moeda dos EUA volta a furar a barreira dos R$ 5,80. A marca foi superada nos primeiros negócios da sessão e ampliada durante a tarde. O dólar terá a maior cotação de fechamento desde 28 de fevereiro, (R$ 5,916).
Cotação para viajantes também ronda a estabilidade. O dólar turismo também apresenta valorização ante o real. A moeda teve um aumento de 1,26% sendo vendido a R$ 6,090.
Dados de inflação estão no radar do mercado financeiro. As expectativas consideram as divulgações previstas para a próxima quarta-feira sobre o avanço dos preços no Brasil e nos Estados Unidos. Os índices são importantes para determinar os próximos passos da política monetária nos países.
Mercado prevê maior inflação para fevereiro em 22 anos. As projeções mais recentes apresentadas pelo Relatório Focus, do BC (Banco Central), estimam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro ficará em 1,35%. Se confirmada, a variação será a maior para o mês desde 2003 (1,57%).
Expectativas apontam para juros altos por mais tempo. Com a previsão de que o IPCA fechará 2025 em 5,68%, os analistas projetam a permanência da taxa Selic em patamar elevado por um período prolongado. "Com juros elevados, inflação persistente e um dólar próximo de R$ 6, o cenário para o crescimento econômico continua frágil", avalia André Matos, CEO da MA7 Negócios.
Mercado externo também impacta. O dia movimentado no mercado dos Estados Unidos após entrevista de Donald Trump no final de semana admitindo que país pode passar por uma recessão também impactou o mercado daqui. "Além disso, foram divulgados dados da economia chinesa que evidenciaram um processo deflacionário decorrente do menor consumo doméstico e dos fracos resultados do mercado de trabalho", diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Esse cenário, de acordo com Shahini, pressiona o preço das commodities, o que prejudica economias exportadoras, como a brasileira, "refletindo em termos de troca menos favoráveis e impactando diretamente a taxa de câmbio".
Bolsa
Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira. Após avançar nos últimos três pregões, o principal índice acionário do Brasil aparece abaixo dos 125 mil pontos. Às 17h21, o Ibovespa recuava 0,41%, aos 124.519,38 pontos. O volume financeiro da sessão supera R$ 15 bilhões.
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