Bolsas dos Estados Unidos caem após Trump indicar possibilidade de recessão

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As Bolsas de valores norte-americanas registraram quedas acentuadas hoje após o presidente Donald Trump não descartar a possibilidade de que os Estados Unidos entrem em recessão neste ano. O índice Nasdaq, que representa o setor da tecnologia, caiu 4%, o maior índice desde 2022. Ações da Tesla, por exemplo, despencaram 15,4%. O Dow Jones, em Nova Iorque, fechou em -2,08%. Na Europa, semana também começa com queda nos principais indicadores.
O que aconteceu
Trump se recusou a prever se haverá ou não uma recessão nos Estados Unidos este ano. "Detesto fazer previsões como essas", disse Trump ao canal Fox News, em entrevista divulgada ontem. O presidente norte-americano também deu a entender que a economia está em um período de transição.
Frase caiu mal nas Bolsas norte-americanas. O índice Nasdaq Composite, que reúne as empresas de tecnologia, registrou queda de 4%, pior índice desde 2022 —durante o dia chegou a -5%. O Dow Jones Industrial Average, em Nova Iorque, fechou em -2,08%. O S&P 500 estava em queda de 2,70%.
Mercado esperava alguma sinalização mais direta de Trump sobre a economia, e certeza sobre implementação da política tarifária, somada às retaliações de outros países por causa das taxações desanimaram os consumidores e o setor privado. Previsões de recessão ganharam força depois que o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) de Atlanta estimou uma contração de 2,4% no PIB no primeiro trimestre. "Ao longo do primeiro mandato, ele demonstrou preocupação com o desempenho da Bolsa americana, frequentemente associando o sucesso das políticas de administração ao desempenho dos mercados", lembra Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Empresas de tecnologia apresentavam fortes quedas. Tesla despencou 15,4%, apagando o ganho registrado desde a eleição de Trump. As do Google acumularam 4,41% em perdas. A Meta e a Apple perderam mais de 4% e Alphabet teve queda de 4,49%. A Microsoft, Amazon.com e Nvidia fecharam em baixa de mais de 2%. "Empresas que têm muita liquidez, que operam sempre, estiveram sempre muito próximas daquela ideia de daqueles vetores de momento acabam acabam exacerbando movimentos de alta e de queda", resume William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
Trump não descartou que podem acontecer aumentos nos preços ainda neste ano, nos EUA. Para ele, sua estratégia de tarifas (que sobretaxam importações, como as do aço) e cortes de gastos públicos fazem parte de uma "transição necessária". As demissões no setor público lançadas pelo governo por seu assessor bilionário, Elon Musk, geram ainda mais preocupação
Bolsas da Europa também tiveram uma segunda-feira de variação negativa. Em Frankfurt (Alemanha), o DAX foi a que teve maior queda: -1,69%.Na Espanha, o IBEX-35, em Madri, fechou com -1,32%. A desvalorização da Bolsa de Lisboa (Portugal), o PSI20, foi de 1,19%. A Bolsa de Milão (Itália), Ftse/Mib, desvalorizou 0,95%. Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,92%. E, em Paris (França), o CAC-40 teve perda de 0,40%.
* com informações do Estadão Conteúdo
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