Em exibição de 'Quatro Paredes', Ana Hikari e jornalistas debateram assédio

Indicado este ano ao Oscar de melhor documentário, "Quatro Paredes" ("Black Box Diaries"), história da jornalista japonesa Shiori Itô em sua luta para denunciar um colega influente por abuso sexual, foi exibido ontem em uma sessão especial no CineSesc, em São Paulo, que incluiu ainda um bate-papo sobre violência contra mulheres.

A conversa reuniu a atriz Ana Hikari e a editora do UOL Adriana Negreiros, autora do livro "A Vida Nunca Mais Será a Mesma: Cultura da Violência e Estupro no Brasil", vencedor do Prêmio APCA em 2021, além da mediadora Flavia Guerra, colunista de cinema de Splash UOL e apresentadora do videocast "Plano Geral".

Sororidade, acolhimento e estrutura

Além de debateram a repercussão internacional do caso de Itô, que ajudou a modificar a legislação japonesa, as participantes compartilharam suas próprias experiências.

"O filme retrata de forma honesta e verdadeira tudo o que acontece com as mulheres", disse Ana Hikari, que contou ter enfrentado diversas violências. Para ela, contar com o apoio de outras mulheres foi essencial para enfrentar o trauma.

Negreiros traçou um paralelo entre sua trajetória e a de Itô -ambas transformaram suas vivências em livros que deram visibilidade ao problema. E acrescentou: "O mais libertador é quando conseguimos transformar o trauma em alegria", disse.

Já Guerra ressaltou a resiliência das mulheres que, mesmo diante de dificuldades, continuam lutando e promovendo mudanças.

O público também participou do bate-papo, trazendo relatos pessoais, inclusive sobre reencontros com agressores -experiência que faz parte da história de Itô.

"Quatro Paredes" estreia hoje na plataforma Filmelier.

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