Hospedagem em Belém na COP30 sai mais cara do que comprar imóvel na cidade


A nove meses do início da COP30 em Belém, a corrida por hospedagem na cidade criou uma nova bolha: é mais barato comprar um apartamento na cidade do que alugar um imóvel pelos 11 dias do evento (10 a 21 de novembro).
O que aconteceu
Apartamentos foram colocados para locação em plataformas especializadas. Há várias opções que passam do milhão de reais no Booking e no Airbnb.
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Os preços exorbitantes ocorrem porque Belém não tem hotéis suficientes. Há 18 mil quartos à disposição e a expectativa é de que a cidade receba 50 mil visitantes durante o evento.
Anfitriões chegam a pedir R$ 2,23 milhões por uma casa alto padrão no bairro Parque Verde. Oferecida no Booking, ela tem dois quartos, piscina, jardim e o hóspede terá direito a café da manhã. A plataforma informou que não interfere na definição dos preços.
Muitos imóveis estão tão caros que sai mais barato comprar que alugar. O UOL fez o levantamento a partir dos preços de locação durante a COP30 e comparados com o valor de apartamentos à venda em sites de imobiliárias de Belém.
Comparação foi feita com imóveis no mesmo bairro. Eles ficam em pontos de Belém que sites de turismo descrevem como locais de classe média alta e com boa localização.
Mesma quadra, R$ 360 mil mais caro
A mesma quadra do bairro Batista Campos tem situação simbólica. O aluguel de uma casa de apenas um quarto e com cadeiras de plástico na cozinha sai muito mais caro do que comprar um apartamento de três quartos em prédio a 180 metros de distância.
A locação da casa custa R$ 1,21 milhão durante a COP30. Há somente um banheiro. O imóvel está com desconto de 20%, o que sugere dificuldade de fechar negócio.
O apartamento de três quartos custa R$ 851 mil. Além de economizar mais de R$ 360 mil, o visitante terá direito a mesa com 8 cadeiras, 2 banheiros e camas box.
Comparativo de preços
R$ 1 milhão por apartamento de um quarto. Esta é uma opção colocada no Booking para receber até 6 pessoas durante a COP30. O valor não significa que todos terão direito a dormir numa cama.
Duas pessoas precisam dormir em sofás-cama que ficam na sala de estar. Os demais dividem o único quarto equipado com uma cama de casal e duas de solteiro.
O apartamento conta com muito espaço: 184 m². O condomínio oferece piscina e sauna. Para tentar convencer o visitante a desembolsar o valor milionário, o locatário ressalta que o imóvel tem ar-condicionado e TV com tela plana.
Por menos de um milhão é possível comprar um apartamento de três quartos. Uma imobiliária cobra R$ 860 mil pelo imóvel que fica no mesmo bairro, o Umarizal.
A distância entre os apartamentos é de apenas 950 metros. O imóvel a venda é descrito da seguinte maneira pela imobiliária:
- 130m2;
- 3 suítes;
- 5 banheiros;
- Sala;
- Sacada;
- Lavabo;
- Cozinha;
- Área de serviço com banheiro;
- 2 vagas de garagem.
Existe outra opção ainda mais barata. No mesmo bairro Umarizal, o participante da COP30 pode comprar um apartamento por R$ 480 mil.
Ele também fica perto da opção milionária do Booking —são 900 metros de distância. As mesmas seis pessoas não precisam dormir na sala porque o imóvel possui três quartos. As características são as seguintes:
- 100m2;
- 3 Dormitórios;
- 1 Suíte;
- 3 Banheiros;
- Cozinha;
- Elevador;
- Sacada;
- Sala;
- 1 Vaga de garagem.
Booking não define preços
O Booking informou que não controla os preços dos imóveis. Nota enviada pela plataforma ressaltou que não há interferência para determinar o valor cobrado dos hóspedes.
A empresa acrescentou que firmou colaboração com o governo do Pará. Um memorando foi assinado em setembro do ano passado para realização de seminários presenciais e virtuais para locatários.
Houve repasse de informações sobre tarifas. Também foi abordado o que deve ser disponibilizado nos imóveis e dadas orientações de como fechar a primeira reserva.
Quem define e controla todas as políticas de preços, como tarifa, quantidade de quartos e outras políticas de check-in e check-out são os próprios parceiros de acomodação que disponibilizam sua propriedade na nossa plataforma.
Trecho da nota do Booking