Interesse do governo é negociar, não retaliar, diz Haddad sobre EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o governo brasileiro não deve promover uma retaliação imediata após o governo dos Estados Unidos implementar tarifa adicional sobre o aço e o alumínio do Brasil e de outros países. A sobretaxa, que passa a ser de 25%, passou a valer a partir de hoje. O ministro ressaltou que o presidente Lula pediu calma antes de se tomar qualquer decisão. O ministro disse que o interesse do governo é negociar, não retaliar.

O que aconteceu

Governo estuda o que fazer. Haddad afirmou que o Ministério da Fazenda vai analisar as propostas apresentadas pelo setor de aço e, com elas, preparar uma nota técnica sobre o tema para subsidiar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. "Como sempre fazemos, vamos sentar e estudar as melhores propostas."

Sugestões da indústria do aço. Haddad disse que os representantes do setor de aço apresentaram propostas tanto para a importação quanto a exportação do produto. "Eles dizem que essas medidas (sobretaxas) não ajudam nenhum dos lados."

Argumentos brasileiros 'são muito consistentes'. Citando a análise da indústria de aço nacional, Haddad afirmou que os americanos perdem com a sobretaxa ao aço brasileiro e que a análise do governo Trump está equivocada. "Nosso comércio é muito equilibrado, e nossas vendas não são revendas, como sugeriu o discurso oficial dos Estados Unidos. O que a gente importa de aço não tem nada a ver com o que a gente exporta. Nós exportamos produtos semiacabados e importamos produtos acabados."

Estratégias diferentes para importação e exportação. Haddad explicou que a proposta relacionada à exportação parte de uma negociação com os EUA, e sobre as importações as medidas partem apenas de uma defesa brasileira contra as sobretaxas. O ministro afirmou que o governo vai analisar as propostas do setor e não deu um prazo de quando ficará pronta a nota técnica do governo.

Lula pediu calma. Haddad afirmou que o presidente pediu uma análise do cenário antes de o governo tomar qualquer decisão, e disse que o Brasil já negociou com os Estados Unidos "em condições mais desfavoráveis". O ministro ressaltou que antes da retaliação e da reciprocidade, o Brasil pretende se sentar na mesa de negociações com os americanos.

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