Topo

Ipea: indústria do aço pode perder até R$ 8,7 bilhões com taxas de Trump

Trump impôs tarifa para importação de aço - Sean Gallup/Getty Images Trump impôs tarifa para importação de aço - Sean Gallup/Getty Images
Trump impôs tarifa para importação de aço Imagem: Sean Gallup/Getty Images

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

12/03/2025 20h33

Um estudo divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a indústria siderúrgica brasileira pode perder até US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,71 bilhões) por causa da taxa de importação de 25% determinada pelo presidente americano Donald Trump. Medida começou a valer nesta quarta-feira.

O que aconteceu

Tarifa pode gerar uma queda de 2,19% na produção de aço brasileiro. Isso significa previsão de menos 700 mil toneladas. As exportações devem cair 11,27%, conforme o levantamento.

Relacionadas

Perda de exportação pode ser equivalente a US$ 1,5 bilhão (R$ 8,71 bilhões). Apesar da repercussão negativa, Ipea aponta que o impacto pode ser baixo se o olhar for para a macroeconomia brasileira. O estudo prevê que a taxa de Trump deve impactar apenas 0,01% do PIB (Produto Interno Bruto) e 0,03% das exportações totais.

Efeito só não é pior porque importações também devem ser reduzidas. Em porcentagens, expectativa é que a compra internacional caia 1,09%, totalizando redução de 0,26% no valor das importações —aproximadamente US$ 390 milhões.

Impacto nos Estados Unidos também não deve ser significativo, conforme o instituto. A eventual redução de importação de produtos brasileiros afetaria 0,02% do PIB americano. Porém, geraria quedas um pouco mais significativas de investimento (-0,49%), exportações (-0,39%) e das próprias importações (-0,66%). Ainda assim, a balança comercial ficaria muito positiva para os EUA.

Ipea sugere negociação com EUA para reverter medida. Governo federal tenta fazer esse acordo de forma discreta. Orientação é não cair "no bullying" de Trump, como relatou a colunista do UOL Letícia Casado. O Itamaraty chegou a reagir, chamando a taxa de "injustificável", mas não propôs qualquer retaliação no momento.


Economia