EUA: Começa hoje taxa de 25% sobre aço importado do Brasil
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Começa a valer hoje a taxa de importação de 25% sobre o aço e alumínio que são enviados pelo Brasil, Canadá e México aos Estados Unidos. A decisão do presidente Donald Trump foi ratificada na semana passada em discurso no Congresso.
O que aconteceu
Medida foi anunciada por Trump em 9 de fevereiro, e assinada no dia seguinte. Dependência dos EUA pelo aço acontece porque as reservas internas do país estão praticamente vazias. Além do aço e alumínio, começam a valer hoje taxas de 25% de importação para outros produtos, como cobre e madeira serrada.
Taxa de 50% para Canadá foi anunciada ontem, como forma de retaliação, mas suspensa horas depois. A província de Ontário anunciou que iria cobrar 25% de imposto pela eletricidade que é exportada aos Estados Unidos. Mas, após conversa entre o primeiro-ministro da província e o secretário de Comércio dos EUA, houve um recuo na medida, e, por consequência, o aumento na taxação não aconteceu.
Brasil sentirá o efeito da taxação de forma expressiva. O país exporta principalmente produtos semiacabados —placas de aço e tarugos. Ao todo, aproximadamente US$ 6 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões) em vendas podem ser impactadas com a medida. Coreia do Sul, México e Canadá também saem perdendo.
No caso do aço acabado, como chapas, vergalhões e tubos, o impacto pode ser ainda mais severo, pois esses produtos competem diretamente com as siderúrgicas americanas. Para esses segmentos, a nova taxa pode inviabilizar exportações, tornando o aço brasileiro menos competitivo frente aos concorrentes locais.
Em 2024, as exportações de aço do Brasil totalizaram 4,3 milhões de toneladas, representando 1,58% do total enviado para fora do país. O impacto é especialmente preocupante porque 48% das exportações brasileiras do setor de ferro e aço são destinadas aos EUA, um mercado que depende do fornecimento brasileiro para abastecer as próprias siderúrgicas.
Preço do aço no Brasil pode cair, se a quantidade exportada reduzir. É o que afirma o professor dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Brasil, Bruno Lessa Meireles, que disse ao UOL que o Brasil pode procurar novos parceiros, mas, se a demanda internacional não for suficiente para compensar o que era importado pelos Estados Unidos, haverá maior oferta no mercado interno, o que naturalmente puxa os preços para baixo.