Trabalho de Haddad é visto como negativo por 58% do mercado, diz pesquisa

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A avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), despencou na visão de economistas e analistas financeiros do mercado. O número caiu de aprovação de 41% em dezembro do ano passado para 10% no resultado divulgado hoje da pesquisa Genial/Quaest, enquanto a desaprovação saltou de 24% para 58%.
O que aconteceu
Avaliação negativa de Haddad subiu para 58%. A pesquisa anterior, feita em dezembro, apontava rejeição de 24%, diferença de 34 pontos percentuais. O número é o maior desde março de 2023, quando a Genial/Quaest iniciou a rodada de avaliações após dois meses do início do governo Lula.
Queda acentuada entre os que consideram o trabalho do ministro positivo. Segundo a pesquisa, 10% dos entrevistados avaliaram positivamente a atuação à frente da Fazenda —mesmo percentual de março de 2023. Em dezembro passado, eram 41% que tinham essa opinião, diferença de 31 p.p. A queda é ainda maior se comparada a julho de 2023, quando a aprovação do ministro da Fazenda chegou a 65%. Finalmente, 32% dos entrevistados avaliam o trabalho como regular, contra 35% na última pesquisa.
Por consequência, 85% dos entrevistados avaliam que Fernando Haddad está enfraquecido. O número é 24 p.p. maior que o registrado na pesquisa de dezembro (61%). Muito desse aumento veio da opinião de quem considerava isso igual, que passou de 35% há três meses para 14%. Apenas 1% considera que a força está maior (eram 4%).
Pesquisa Genial/Quaest foi feita entre os dias 12 e 17 de março. Ao todo foram ouvidos 106 economistas e analistas de fundos de investimentos em São Paulo e Rio de Janeiro, por meio de questionário online.
Política econômica
Visão sobre a política econômica também foi questionada, e é considerada "errada" por 93% dos entrevistados. Houve uma leve retração em relação a dezembro, de 3 p.p., que passaram a avaliar como correta a direção que o Brasil está seguindo no ponto de vista econômico. Para 92% dos entrevistados, Lula é o principal responsável pela direção tomada.
Expectativa não é otimista para 83% dos ouvidos na pesquisa, que consideram que a economia vai piorar. O número é 5 p.p. menor que na pesquisa anterior (88%). A opinião se distribuiu entre aqueles que acham que vai ficar do mesmo jeito (de 10% para 13%) ou melhorar (de 2% para 4%). Chance de recessão é vista por 58% dos entrevistados.
82% acreditam que a inflação vai aumentar este ano. A média das respostas é de 6,01%. 16% acreditam na estabilidade e 2% que consideram que pode haver redução.
Medidas para conter a inflação
90% dos entrevistados não acreditam que redução nas tarifas de importação de carne e açúcar vão baixar os preços dos alimentos. 8% avaliam que sim, e 2% não souberam opinar.
Quando questionados se acreditam que o governo deveria buscar alternativas para reduzir preços dos alimentos, 74% responderam que não deveria haver qualquer tipo de intervenção na economia. Outros 25% acreditam que o governo está certo em buscar alternativas, e 2% não souberam dizer.
Taxa de juros
Pesquisa Genial/Quaest também questionou como o mercado acredita que será o comportamento da taxa Selic em março. O Copom já havia anunciado que subiria mais 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. 87% dos entrevistados acreditam que isso vai se manter. Já 12% acreditam que o aumento será menor, entre 0,25 p.p. e 0,75 p.p., e 2% acreditam na manutenção da taxa atual, em 13,25%. No fim do ano, avaliação é que a Selic vai se manter, em média, a 14,73 p.p.
Para os entrevistados, a taxa de juros neutra do Brasil é de 6% ou mais, conforme 35% das opiniões. O número caiu 2 p.p. em comparação a dezembro. A média fica em 15,12% ao ano. O que chamou a atenção foi que a quantidade de respostas "não sei" saiu de 0% para 10%.
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