Luana Piovani narra os 8 passos do feminicídio em série de Universa

Para conscientizar sobre a realidade do feminicídio e ajudar mulheres a reconhecer sinais de relacionamentos abusivos, Universa UOL e o Instituto Gloria (ONG que combate a violência contra mulheres) lançaram hoje a audiossérie "Loveless Story", com produção da agência de comunicação Artplan.

Com narração de Luana Piovani, atriz e ativista pelos direitos das mulheres e crianças, história acompanha a relação do casal fictício Eduardo e Julia, do início ao final trágico.

"Desde seu lançamento, Universa tem se dedicado à cobertura do direito das mulheres, com reportagens e iniciativas que informam, valorizam e conscientizam milhares de brasileiros diariamente. Com 'Loveless Story', esperamos que não apenas o UOL, mas também outros veículos de imprensa, criadores de conteúdo e plataformas sociais apoiem e divulguem o projeto para que a mensagem chegue ao maior número de pessoas possíveis", diz Paulo Samia, CEO do UOL.

Cronograma do feminicídio

"Loveless Story" é contada em oito episódios, que descrevem as oito etapas do chamado cronograma do feminicídio, identificado em 2019 pela criminologista britânica Jane Monckton Smith:

  1. Histórico de perseguição ou abuso
  2. Relacionamentos que se tornam sérios rapidamente
  3. Controle psicológico
  4. Gatilho que ameace o controle do agressor
  5. Escalada em intensidade ou frequência do controle por parte do homem
  6. Mudança de planos
  7. Planejamento
  8. Feminicídio

Em sua pesquisa, Monckton Smith observou que esse ciclo de violência se repete em diferentes contextos, após investigar quase 400 casos de mulheres assassinadas por ex ou atuais parceiros.

O ciclo da violência tenta enganar a vítima, misturando sinais de amor com posse e controle. Nunca é cedo demais para se proteger e interromper essa escalada de ataques. Há casos em que o homem pula algumas dessas etapas. Nem todo ciclo é igual. Não espere para pedir ajuda. Cris Fibe, colunista de Universa

"Loveless Story" será divulgada em outras plataformas do UOL e nas redes sociais, com a participação de influenciadoras parceiras como Cris Fibe.

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Piovani e sua luta pelas mulheres

Conhecida por sua coragem e engajamento na luta pelos direitos das mulheres, em 2008, Luana denunciou o então noivo Dado Dolabella por agressão física, enfrentando preconceito e desafios ao falar sobre o assunto em uma época em que a violência doméstica era frequentemente silenciada.

A atriz e ativista pelos direitos das mulheres e das crianças Luana Piovani narra a audiossérie "Loveless Story"
A atriz e ativista pelos direitos das mulheres e das crianças Luana Piovani narra a audiossérie "Loveless Story" Imagem: Reprodução/UOL

Durante sua carreira na TV Globo, Luana lutou por igualdade salarial entre homens e mulheres, chegando a discutir com diretores como Ricardo Waddington e Daniel Filho sobre essa questão.

Ela criou a série de encontros "Oráculo", que oferece informação e acolhimento a mulheres que precisam de apoio.

Em 2022, Luana revelou que sofreu abuso sexual aos 8 anos, contribuindo para dar visibilidade a esse tipo de violência.

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Ela se manifestou contra a PL 1904/2024, que propõe equiparar o aborto após 22 semanas a homicídio simples, mesmo em casos de estupro.

Em 2024, contou que, além da agressão de Dado Dolabella, enfrentou ainda preconceito por ter denunciado a violência." A maior dor que eu passei não foi ter sido agredida, foi o que a sociedade fez comigo depois. Eu estava em uma época que não era um movimento comum", disse em entrevista à Cissa Guimarães, no programa Sem Censura, da TV Brasil.

Onde ouvir

Os oito episódios de "Loveless Story" estão disponíveis nos canais de Universa UOL ("Acessíveis", "Desculpa Alguma Coisa", "Desculpa o Transtorno", "Maria vai com os outros", "Sexoterapia" e "Universa Talks") no Spotify, Apple Podcasts, Deezer e nas principais plataformas de áudio, além do YouTube. Ouça aqui.

Disque 180: a Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive feriados, em todas as cidades do Brasil e mais 16 países. Ela recebe denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento e orienta as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário. A pessoa não precisa se identificar.