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Fed: Metade mais rica das famílias dos EUA controla 97% da riqueza nacional

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Os mais ricos estão cada vez mais ricos Imagem: iStock

UOL

26/03/2025 17h48

A metade mais rica das famílias dos EUA controlavam 97,5% do total da riqueza nacional ao final de 2024, enquanto a metade mais pobre tinha apenas 2,5%. Os dados foram divulgados pelo Federal Reserve (Fed).

O que aconteceu?

Um dos destaques desse aumento na disparidade é o 0,1% mais rico da população, que agora detém 13,8% de toda a riqueza americana, um crescimento em relação aos 13% registrados quatro anos antes. Esse seleto grupo, formado por aproximadamente 133 mil famílias, acumulou US$ 6 trilhões adicionais em riqueza líquida nesse período, impulsionado principalmente pela valorização de ações e outros investimentos no mercado financeiro.

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Enquanto isso, as 66,6 milhões de famílias que fazem parte da metade mais pobre do país tiveram um crescimento insignificante em sua riqueza. Nos últimos quatro anos, esse grupo viu um aumento de apenas 2,5% em seus ativos, equivalente a US$ 1,25 trilhão. Em 2022, chegaram a alcançar uma participação de 2,7% da riqueza nacional, a maior desde 1989, mas logo perderam espaço, retornando ao patamar de 2,5%.

A disparidade se reflete especialmente no mercado financeiro. O 0,1% mais rico concentra cerca de um quarto de todas as ações negociadas nos EUA, com quase metade de sua fortuna proveniente desses investimentos. Além disso, cerca de um quinto da riqueza desse grupo está alocada em participações de negócios privados, ampliando ainda mais a concentração de renda.

Outro fator relevante é a concentração de riqueza entre as gerações mais velhas. Nos últimos quatro anos, a participação da riqueza pertencente a pessoas com 70 anos ou mais aumentou 3,8 pontos percentuais, atingindo 31,4% do total. Esse grupo agora possui 38,3% das ações corporativas dos EUA, em comparação com 32,9% no final de 2020.

Esse fenômeno é, em parte, resultado da dinâmica demográfica. A geração baby boomer, que nasceu no período de alta taxa de natalidade após a Segunda Guerra Mundial, está agora entrando na faixa dos 70 anos, consolidando ainda mais sua participação na economia e na distribuição da riqueza do país.


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