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Paralisação dos petroleiros da Petrobras tem adesão da área administrativa

26 mar. 2025: Petroleiros da Petrobras concentrados na base Taquipe, na Bahia; categoria fez greve de 24 horas nesta quarta-feira - Divulgação/FUP 26 mar. 2025: Petroleiros da Petrobras concentrados na base Taquipe, na Bahia; categoria fez greve de 24 horas nesta quarta-feira - Divulgação/FUP
26 mar. 2025: Petroleiros da Petrobras concentrados na base Taquipe, na Bahia; categoria fez greve de 24 horas nesta quarta-feira Imagem: Divulgação/FUP

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

26/03/2025 15h46

A greve de 24 horas convocada pelos sindicatos dos petroleiros da Petrobras segue até 23h59 de hoje sem afetar a produção das refinarias, mas com adesão da área administrativa. Os diretores sindicais se concentraram em algumas áreas de várias plantas com reivindicações que incluem a valorização das negociações coletivas e a manutenção de direitos trabalhistas. Amanhã, a categoria se reúne para avaliação do movimento e definição de próximos passos do movimento.

O que aconteceu

Paralisação tem o objetivo de alertar a direção sobre as insatisfações dos trabalhadores. De acordo com a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros), as plataformas não estão emitindo as Permissões para Trabalho. Isso impede a realização de atividades nas áreas operacionais dos campos de exploração, mas, como há "estoque" em terra, e o movimento acaba ainda hoje, não deve haver impacto significativo.

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Equipes de contingência estão atuando, conforme os sindicatos, para garantir a produção. A greve não tinha por objetivo paralisar as operações, mas, segundo a categoria, pressionar por melhores condições de negociação da pauta de reivindicações. Por isso, não há balanço de quantos trabalhadores pararam. Amanhã, uma nova assembleia será realizada para definir os próximos passos da negociação.

Manifestações pontuais também foram registradas em bases administrativas da Petrobras, com poucas pessoas querendo entrar para trabalhar. Na sede da empresa, no Rio de Janeiro, pelo menos 400 funcionários fizeram uma passeata simbólica ao redor do prédio, sem bloqueio de vias, conforme Eduardo Henrique Soares da Costa, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP. "Consideramos uma greve bem-sucedida. Apesar de não ter havido um contato da empresa ainda, acreditamos que pudemos chamar a atenção da direção para as questões que apontamos, especialmente com a adesão dos trabalhadores administrativos", disse nesta tarde ao UOL.

Principal reivindicação dos petroleiros é o respeito às negociações coletivas, em especial a garantia do pagamento da remuneração variável, que foi reduzida em 31% pela empresa. Além disso, os trabalhadores cobram a defesa do teletrabalho, a reabertura das discussões sobre planos de previdência e a criação de um plano de cargos, carreiras e salários mais justo para toda a categoria.

Dirigentes sindicais também criticam a postura da gestão de Magda Chambriard, presidente da Petrobras, que, segundo eles, tem adotado uma "linha dura" nas negociações e ignorado reivindicações históricas da categoria. Uma das principais demandas é a devolução de valores relativos à RMNR (Remuneração Mínima de Nível de Regime), que teriam sido retirados ilegalmente, conforme uma decisão judicial definitiva.

Petrobras afirmou que respeita o direito de manifestação dos empregados e que tem mantido um diálogo aberto com as entidades sindicais. Em nota encaminhada ontem ao UOL, a estatal também explicou que a partir de 7 de abril, todos os empregados deverão comparecer presencialmente ao trabalho, exceto pessoas com deficiência e pais de pessoas com deficiência. Empresa também destacou que, em 2024, convocou mais de 1,9 mil novos trabalhadores e anunciou a contratação de 1.780 novos empregados para 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.


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