Josias: Compra do Banco Master é negócio malcheiroso sob qualquer ângulo
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A compra do Banco Master, anunciada na semana passada pelo banco estatal BRB (Banco de Brasília), é tido como negócio malcheiroso e há risco de não acabar bem, avaliou o colunista Josias de Souza durante o UOL News, do Canal UOL.
Esse negócio que resultou na compra de um pedaço do Banco Master pelo BRB é malcheiroso sob qualquer ângulo que se observe. Há risco de esse negócio não acabar bem. Josias de Souza, colunista do UOL
Na sexta-feira (28), o BRB anunciou a compra de 58% do Banco Master, em negócio estimado em R$ 2 bilhões. A operação agora precisa passar pela aprovação do BC (Banco Central).
O Banco Master ficou por oferecer um título de CDB extremamente agressivo, um dos maiores rendimentos do setor, e por patrocinar —juntamente com outras empresas com ações em tramitação nos tribunais superiores— eventos jurídicos sobre o Brasil no exterior. No palco desses eventos, estavam ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça), além de autoridades do governo Lula.
O Banco Master estava operando em situação em que o mercado financeiro olhava de esguelha, em uma situação que inspira todas as suspeitas do mundo. O dono do banco [Daniel Vorcaro] é um operador muito agressivo e, ao mesmo tempo, exibicionista. Josias de Souza, colunista do UOL
O banqueiro no qual Josias se refere se chama Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master: diferentemente da maioria dos banqueiros, que preferem manter a discrição sobre seus investimentos e a sua vida pessoal, Vorcaro não tem problemas com a exposição pública.
O banqueiro já afirmou ter comprado o hotel Fasano Itaim como pessoa física, é sócio do Clube Atlético Mineiro e fez uma festa de debutante estimada em R$ 15 milhões para sua filha, que viralizou nas redes sociais.
Ele adotou uma estratégia agressiva para obter recursos. E utilizou para isso o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), fundo que é abastecido por todos os bancos. O Banco Central alterou regras, não caminhava as regras, ao perceber que a regra não caminhava bem.
O Banco Master teve que se capitalizar, alterou regras [...] e o Banco Central acendeu ali algumas luzes no painel de controle.
Aí vem um banco público, que é o BRB, que é um banco que pertence ao governo de Brasília, e compra um pedaço desse banco, que tem como acionista majoritário o dono do Master.
Então, joga R$ 2 bilhões de dinheiro público, em uma operação na qual o mercado considera temerário e que o Banco Central já olhava como precaução. Aí fica a dúvida: como um banco chega a esse ponto e o Banco Central não interveio? Agora cabe o Banco Central testar a rigidez, porque dinheiro público entrou numa operação privada. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Ideal é que Bolsonaro vá em cana e morra politicamente
Ainda no UOL News, Josias afirmou que o ideal seria que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) morresse politicamente e que a prisão fosse o seu último destino, ao analisar entrevista concedida pelo político ao jornal Folha de S.Paulo no fim de semana.
Essa história de 'morte política' é uma tentativa de Bolsonaro de fazer pose, de caprichar na pose de vítima politicamente. Mas o ideal mesmo seria que Bolsonaro morresse politicamente. O ideal mesmo é que ele não retornasse mais à vida democrática, porque não merece. Josias de Souza, colunista do UOL
Bolsonaro disse, em entrevista à Folha, que uma prisão pela tentativa de golpe de Estado representaria o fim da sua vida. Ele também admitiu ter conversado sobre estados de sítio e de defesa e artigo 142, mas afirma que descartou 'logo de cara'.
O ex-presidente é suspeito de conspirar, organizar e estimular apoiadores a invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, após a vitória nas eleições do presidente Lula (PT). Na semana passada, os magistrados da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) o tornaram réu. Bolsonaro é acusado de cometer pelo menos cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ele nega ter cometido crimes.
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