Após retaliação da China, Bolsas mundiais ampliam perdas; Itália derrete 7%

As Bolsas de Valores da Ásia ampliaram as perdas hoje, enquanto as ações europeias operam em forte queda. O movimento é motivado por maiores temores de recessão global diante da retaliação da China às tarifas de importação dos Estados Unidos.

O que está acontecendo

Principais mercados asiáticos fecharam no vermelho. O Nikkei, principal índice do Japão, puxou o desempenho negativo, com queda de 2,8%. No acumulado semanal, o índice teve o pior desempenho desde março de 2020, mês marcado pelo agravamento da pandemia no mundo.

Demais Bolsas da Ásia também ampliaram as perdas. Também com baixas superiores a 2% aparecem os índices Straits Times, de Cingapura, e o S&P/ASX 200, da Austrália. Na Coreia do Sul, o índice KOSPI teve desvalorização 0,86%. Na China, os mercados permaneceram fechados devido à celebração de um feriado nacional.

Mercados da Europa derretem mais de 5%. As perdas atingem os índices de todas as nações do Velho Continente, com destaques negativos para as Bolsas da Áustria, com perdas acima de 6% e Itália, com 7%. O Euro Stoxx 50, que reúne as principais empresas da Zona do Euro, desaba mais de 4%.

Bolsas dos EUA também engatam nova queda. Os principais índices de Wall Street apresentam variação negativa superior a 2% na abertura dos negócios. As quedas atingem o Dow Jones (-2,44%), o S&P 500 (-2,86%) e o índice Nasdaq (-2,81), composto pelas empresas de tecnologia.

Movimentos refletem retaliação anunciada pela China. Mesmo com o feriado local, o governo asiático decidiu pela imposição de tarifas retaliatórias de 34% sobre todos os bens importados dos Estados Unidos.

Retaliação agrava o temor por uma recessão global. Com o agravamento da guerra comercial, os agentes financeiros temem que a guerra tarifária prejudique a produção de bens e serviços em todas as nações.

Derrocada dos ativos financeiros

Grupos bancários guiam as perdas dos pregões. Com baixas superiores a 8%, as ações do BBVA, Santander e Intesa lideravam as baixas do Euro Stoxx 50 por volta das 9h.

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Cenário é repetido nos Estados Unidos. Às 11h15, as ações do Goldman Sachs (-8,37%) e do JPMorgan (-6,54%) apareciam entre os destaques negativos do dia. As ações de tecnologia também engatavam uma nova queda, encabeçada pela Intel (-7,76%).

Movimentações seguem a queda dos grandes bancos do Japão. Somente nesta sessão, Sumitomo Mitsui Financial Group, Mitsubishi UFJ Financial Group e Mizuho Financial Group derreteram, 8,03%, 8,48% e 11,24%, respectivamente.

Moedas perdem força contra o dólar

Mercado cambial recompõe a valorização do dólar. Após forte queda em relação aos pares globais na véspera, a moeda norte-americana apresenta resiliência. O euro, da União Europeia, recua 0,24% ante o dólar.

No Brasil, o dólar avança desde o início do mercado. A variação se mantém na casa de 2% desde os primeiros negócios do dia e recoloca a moeda norte-americana acima de R$ 5,70. Na véspera, a divisa fechou em queda de 1,23%, cotada a R$ 5,628.

Dólar funciona como refúgio em períodos de crise. Sempre que as turbulências econômicas entrem no radar, a moeda norte-americana ganha tração devido à solidez da maior economia do mundo.

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