Chocolates e azeite mais caros deixam a Páscoa de 2025 mais salgada
Ler resumo da notícia

A Páscoa de 2025 terá um gosto mais salgado para as famílias que desejam celebrar com um almoço ou presentear com ovos de chocolate.
O que aconteceu
Inflação dos itens consumidos na Páscoa ficou em 5,3%. A taxa média foi calculada pela Rico com base no avanço dos preços apurado entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025. Para isso, foram consideradas as variações dos pescados, frutas, chocolates, biscoitos, leite condensado, açúcar, azeite e outros.
Alta dos preços da Páscoa supera o IPCA em cinco anos. Ainda que apareça ligeiramente acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo nos 12 meses encerrados em fevereiro, o aumento da cesta de consumo da Páscoa acumula alta de 69,9% em cinco anos. No período, a inflação oficial do IBGE totaliza 34,8%.
Chocolates figuram como principal vilão do bolso neste ano. Presente típico para a data, os chocolates em barra e os bombons estão 16,53% mais caros do que há um ano. Já os chocolates e achocolatados em pó subiram 12,49%. As altas são seguidas pelo azeite de oliva (14,16%) e o leite condensado (8,98%).

Inflação do chocolate é motivada pela escassez da oferta de cacau. No último ano, o preço da matéria-prima usada na fabricação do doce mais famoso da Páscoa quase triplicou, segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Crises sanitárias e o clima também impactaram a produção do fruto. A Costa do Marfim e Gana, responsáveis por 70% da produção mundial de cacau, sofreram com períodos de chuvas e secas. O quadro foi agravado pela presença do fungo Vascular Streak Dieback nas plantações.
Em cinco anos, peso é puxado pelo encarecimento do azeite. No intervalo, o preço do óleo vegetal mais do que dobrou (+119,4%). Na sequência aparecem o açúcar cristal, o açúcar refinado e o morango, com variações superiores a 80% desde a Páscoa de 2020.
Embora produtos como açúcar refinado, açúcar cristal e morango tenham registrado queda nos preços nos últimos 12 meses, alguns deles foram os que mais acumularam alta nos últimos cinco anos.
Maria Giulia Figueiredo, analista da Rico
Pescados para o almoço de Páscoa permanecem com preço estável. Em um ano, a proteína teve variação negativa de apenas 0,1%. No entanto, o alimento acumula variação de 19,15% no acumulado dos últimos 12 meses. A cesta de consumo traz também a inflação das balas e dos biscoitos, com elevações de, respectivamente, 30,8% e 46,2% desde 2020.
Estratégias ajudam a driblar alta
Planejamento dos gastos funciona como aliado contra a inflação. "Pesquisar preços, explorar formatos alternativos e definir um orçamento são passos essenciais para evitar compras impulsivas", orienta Thaisa Durso, educadora financeira da Rico. Ela explica que os ovos têm preço mais elevado do que o chocolate em barra e, por isso, a atenção aos preços resulta em economia.
Pesquise opções fora dos supermercados e das grandes marcas. Durso afirma que a compra de ovos de chocolate artesanais ou caseiros contribui para um gasto menor. "Experiências compartilhadas, como caça aos ovos e encontros familiares, são alternativas econômicas que mantêm o encanto da data", reforça.
Com essas estratégias, é possível aproveitar a Páscoa de forma especial sem comprometer as finanças, equilibrando tradição e planejamento financeiro.
Thaisa Durso, educadora financeira da Rico
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.