Haddad diz que Brasil não deve entrar em recessão após tarifas de Trump

Ler resumo da notícia
O mininstro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse hoje que não acredita que o Brasil entre em recessão por causa do tarifaço de Donald Trump. Em entrevista ao Grupo Bandeirantes de Comunicação, Haddad acredita que é "de pouca serventia os EUA retaliarem o Brasil", e que a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso, deve ser usada só em último caso.
O que aconteceu
Medo de recessão global se tornou mais evidente após cabo de guerra de tarifas com a China, que retaliou tarifas de Trump três vezes, a última hoje. Haddad não acredita que o PIB (Produto Interno Bruto) do país seja duramente afetado. "Claro que deve ter algum impacto, mas a nossa economia segue saudável", disse.
"É de pouca serventia os EUA retaliarem o Brasil", acredita Haddad. Ele argumenta que os americanos tem superávit comercial, e que não há qualquer motivo para que haja algum tipo de retaliação tarifária. Tanto que a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso e que autoriza cobranças superiores de taxas de importação, não deve ser utilizada. "Confiamos na diplomacia. Fizemos várias reuniões e continuamos fazendo para tentar reverter essa taxa", afirma.
Haddad acredita que dólar deveria desvalorizar por causa dos déficits econômicos dos EUA com países, incluindo China. Ministro citou diferenças em balanças comerciais dos EUA com China e outros países para argumentar fala. "O governo dos EUA deve adotar um discurso coerente para que os investidores possam entender o que está acontecendo com a política econômica do país", opinou.
Crédito não é incentivo à economia
Ministro diz que programas de estímulo ao crédito não devem atrapalhar o combate à inflação. Programas, como Crédito do Trabalhador, que dá empréstimos usando FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) como garantia, não devem ter impacto nas medidas tomadas pelo BC (Banco Central) para tentar controlar a inflação. "Acredito que a tendência é que a inflação deve baixar nos próximos meses. Há uma super safra vindo por aí, o preço de algumas commodities já baixou, e aí é uma questão do BC avaliar o centro da meta da inflação".
Haddad argumenta que o empréstimo consignado é uma forma de prevenir o superendividamento, e que medida deveria ser tomada. Ele não considera que o programa é uma forma de estimular a economia, mas "trocar uma dívida cara por uma dívida menos cara".
Mais uma vez, ministro lembrou que mudanças no IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) são para manter "justiça". "O pagamento de Imposto de Renda para quem recebe mais de R$ 1 milhão é mais aprovado até que a isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Medida é extremamente popular", justificou ao afirmar que o Congresso deve aprovar o projeto.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.