Crédito do Trabalhador: saiba como conseguir o consignado do FGTS

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Os trabalhadores com carteira assinada agora têm a possibilidade de solicitar empréstimos utilizando o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia, por meio do programa Crédito do Trabalhador.
Como funciona o empréstimo com garantia do FGTS?
Desde o dia 21, empregados com registro em carteira (regime CLT) já podem solicitar esse tipo de crédito. A iniciativa, lançada pelo governo federal, é uma nova opção de acesso ao crédito. A contratação deve ser feita exclusivamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou nos bancos credenciados.
O trabalhador informa o valor desejado e o sistema apresenta diferentes propostas. Funciona como um leilão, onde o trabalhador escolhe a oferta que mais lhe interessa, considerando prazos, taxas de juros e outras condições.
O pagamento das parcelas será descontado mensalmente via eSocial, com limite de até 35% da remuneração. Segundo o governo, esse modelo permite juros menores que os praticados atualmente no crédito consignado tradicional. Depois da contratação, o trabalhador pode acompanhar o andamento dos pagamentos mensalmente.
É possível usar até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% do valor da multa rescisória em caso de demissão. Caso o trabalhador mude de emprego, desde que continue com carteira assinada, o contrato permanece inalterado.
A gestão do programa será feita pelo Comitê Gestor das Operações de Crédito Consignado, que poderá definir regras e estipular limites para as taxas de juros, conforme estabelecido em decreto publicado ontem.
Também será possível transferir dívidas mais caras para essa nova linha de crédito. A partir de 25 de abril, quem já tem empréstimos com desconto em folha poderá migrar para o novo modelo. Um dos principais objetivos da iniciativa é ajudar a reduzir o endividamento excessivo.
Essa modalidade pode ser útil para quitar dívidas como o rotativo do cartão de crédito. Segundo Leticia Camargo, da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro), ela também pode ser vantajosa para quem está negativado no cheque especial ou possui um CDC (Crédito Direto ao Consumidor). "Para imprevistos quando não há reserva de emergência, esse modelo de crédito consignado é mais indicado do que outras opções", orienta.
Por outro lado, a modalidade não é recomendada para aposentados que ainda estão no mercado de trabalho e já possuem margem consignável pela aposentadoria. "Neste caso, o ideal é optar pelo consignado via INSS, que costuma oferecer taxas mais baixas", alerta a especialista.
Na hora de escolher a proposta mais vantajosa, é essencial prestar atenção ao campo chamado CET (Custo Efetivo Total). De acordo com Leticia, esse índice dá uma visão mais clara sobre o custo real do empréstimo. E ela reforça: evite comprometer o orçamento com parcelas que não cabem no bolso. "Para conquistar um objetivo como a casa própria, o financiamento pode ser uma boa alternativa, mas contrair dívidas para despesas do dia a dia não vale a pena", finaliza.
Como obter a Carteira de Trabalho Digital?
Para acessar a versão digital da Carteira de Trabalho, é necessário possuir um cadastro no portal Gov.br. Veja o passo a passo:
- Acesse o site Gov.br e preencha com seus dados pessoais: CPF, nome completo, data de nascimento, nome da mãe e estado de nascimento;
- Em seguida, responda a um questionário com cinco perguntas sobre seu histórico profissional;
- Após concluir o questionário, você receberá uma senha provisória, que deverá ser alterada no primeiro acesso;
- Com o cadastro finalizado, a carteira estará disponível no aplicativo Carteira de Trabalho Digital, disponível para Android, iOS e também pela versão web: https://servicos.mte.gov.br/.
O documento digital é gerado automaticamente. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, todos os brasileiros com CPF ativo já têm a versão digital do documento. Para quem nunca teve registro em carteira, ele aparecerá com apenas os dados de identificação civil.
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