Caso de sonegação na Roma Antiga é descoberto em papiro de 2.000 anos
Ler resumo da notícia

Um papiro encontrado há décadas no deserto da Judeia, mas desvendado apenas recentemente, revela detalhes de um caso de sonegação fiscal na Roma Antiga. O documento cita acusações de falsificação, fraude fiscal e a venda fraudulenta de escravizados na região que atualmente é conhecida por Israel e Jordânia.
O que aconteceu
Nota detalha esquema de falsificação de documentos e a venda e libertação ilícitas de escravizados. O objetivo era evitar o pagamento de tributos nas províncias romanas da Judeia e da Arábia, segundo reportagem do jornal The New York Times.
Réus foram identificados como Gadalias e Saulos. Gadalias era filho de um tabelião que mantinha contato com a elite administrativa local. Seu histórico de condenações incluem extorsão e falsificação, além de banditismo e insurreição. Já Saulos, possivelmente de origem judaica, foi apontado como o mentor da trama.
Caso aconteceu durante o reinado de Adriano, há 1.893 anos. Época foi marcada pela última guerra entre o povo judeu e o império, uma revolta que acabou com a expulsão da população judaica da Judeia, que foi renomeada de Síria Palestina por Adriano.
É possível que evasores de impostos como Gadalias e Saulos, que estavam inclinados a desrespeitar a ordem romana, estivessem envolvidos nos preparativos Anna Dolganov, historiadora do Império Romano no Instituto Arqueológico Austríaco
Descoberta do papiro ainda esconde segredos. Ninguém sabe quando ou por quem o papiro foi descoberto, mas a suspeita é de que tenha sido identificado por comerciantes beduínos na década de 1950. O documento pode ter sido retirado das paredes do cânion Nahal Hever, uma fenda do Mar Morto.
Pergaminho de 133 linhas ficou esquecido por anos. O documento guardado nos arquivos da Autoridade de Antiguidades de Israel chamou atenção da classicista da Universidade Hebraica de Jerusalém Hannah Cotton Paltiel por sua complexidade em grego antigo. A análise demandou uma equipe de estudiosos para compreender a história da audiência judicial ali descrita.
Por que os homens correram o risco de libertar um escravizado sem documentos válidos continua sendo um mistério Anna Dolganov
Estudiosos suspeitam que dupla cumpriu dever bíblico judaico de libertar pessoas escravizadas. Essa é a possibilidade levantada pela equipe para explicar a falsificação da venda de escravizados que, depois, eram libertados por Gadalias e Saulos. O papiro encontrado não revela o veredicto final do julgamento
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.