Amanda Klein: efeitos mais perversos do tarifaço são de longo prazo
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Os efeitos mais perversos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump são de longo prazo: a queda de produtividade no mercado de trabalho e do potencial de crescimento, afirmou a apresentadora Amanda Klein na edição de hoje do Mercado Aberto.
O FMI divulgou o seu relatório ontem de projeção de crescimento econômico global, e as perspectivas não são animadoras. Nas palavras do Conselheiro Econômico do Fundo, estamos entrando em uma nova era em que o sistema global que conhecíamos e que funcionou nos últimos 80 anos está sendo 'resetado', e o efeito imediato será crescimento menor.
O efeito ainda mais perverso, mais pernicioso, que não está explícito no relatório, mas que, segundo me contou a economista Márcio Holland, deve acontecer a longo prazo, que é a perda de produtividade do mercado de trabalho, o que em economia se entende como choque permanente, porque leva a uma perda, a uma queda do crescimento potencial no longo prazo, ao longo do tempo.
Amanda Klein
Amanda Klein também falou sobre os efeitos para o Brasil e sobre as nações que sentirão o ''golpe'' de forma mais dura, segundo as projeções.
Os golpes mais duros serão sentidos pelos Estados Unidos, justamente o país que resolveu erguer aquelas barreiras tarifárias contra o resto do mundo, o México, que deve entrar em recessão ainda nesse ano de 2025, e em menor medida a China.
Para o Brasil, a previsão do FMI é um pouco mais alentadora. Em vez de crescer 2,2%, que era a estimativa de crescimento do relatório do Fundo em janeiro, vai crescer 2%, que de resto está absolutamente em linha com as previsões do mercado financeiro interno, o Ministério da Fazenda e o Banco Central.
Amanda Klein
Embora não preveja uma recessão imediata, ilimitada, global, o relatório do FMI tão pouco descarta aquela recessão técnica, que são dois trimestres consecutivos de queda, observou Amanda durante o programa.
Outra coisa que o FMI aponta é que a perda dos empregos industriais é um dos motivos por trás desse decreto de tarifaço do Trump, ele quer trazer de volta essas fábricas, esses empregos industriais para o meio oeste americano, não foi provocada pela globalização, e sim pela automação e pelo progresso tecnológico.
Em suma, teremos menor crescimento do comércio, alocação de ativos em setores domésticos menos competitivos, queda da produtividade e queda do potencial de crescimento. Esse é o cenário distópico do 'reset' global de Donald Trump.
Amanda Klein
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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