Dólar engata 5ª baixa; Bolsa sobe para maior nível desde setembro de 2024
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O dólar passou o dia hoje todo em queda e terminou o expediente em queda de 0,47% ante o real, vendido a R$ 5,692. O último fechamento abaixo de R$ 5,70 foi em 3 de abril, quando a moeda americana foi negociada a R$ 5,6285.
O Ibovespa subiu 1,79%, para 134.580 — o maior nível desde 17 de setembro de 2024.
O que aconteceu
Dólar comercial registrou a quinta queda diária seguida. A variação do pregão segue a trajetória recente da moeda norte-americana.
A divisa acumulava queda de 2,92% nas últimas quatro sessões. A sequência de baixas em relação ao real foi iniciada na quarta-feira da semana passada (16). Desde então, o dólar caiu de R$ 5,891 para os R$ 5,692 de hoje.
Ontem, a moeda dos EUA fechou o dia em baixa de 0,16%. A variação foi a menor desde o início da trajetória de quedas.
Cotação destinada a viajantes terminou em R$ 5,909. O dólar turismo acompanhou a variação do dólar comercial e fechou o dia vendido por R$ 5,909, baixa de 0,42% em relação ao fechamento de ontem.
Recuos de Donald Trump guiam otimismo do mercado. Após rumores de demissão do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, preocuparem os analistas, a negativa a respeito da questão representou um alívio. Também pesam a favor do real os indícios de negociação entre os EUA e a China em meio às disputas originadas pelo "tarifaço" de Trump.
Houve certa descompressão de prêmios de risco importantes que vinham deteriorando o sentimento do investidor, o que favoreceu a valorização do real e deu impulso às moedas emergentes.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad
China nega discussões tarifárias com os Estados Unidos. Após a amplificação dos rumores, ministros asiáticos garantem não haver acordo comercial com a Casa Branca em andamento. "Quaisquer alegações sobre o progresso de negociações econômicas e comerciais entre China e EUA são infundadas e não têm base factual", disse He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio.
Diálogos, no entanto, não são descartados pelos asiáticos. He Yadong cobra a suspensão das taxas e pede respeito mútuo ao discutir o tema. "Se os EUA realmente quiserem resolver o problema, devem levar a sério as vozes racionais da comunidade internacional e dos setores nacionais e eliminar todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China", afirmou.
Cenário conturbado amplia o volume de incertezas. "A moeda americana até tentou subir, mas foi contida pela percepção de que os EUA estão tomando decisões contraditórias no comercial global", diz Jorge Kotz, CEO do Grupo X. Ele descreve o movimento de queda do dólar como um "reflexo claro da frustração do mercado com a falta de consistência" do governo Trump.
Bolsa
Ibovespa fechou em alta pela quarta sessão seguida. O principal índice do mercado acionário brasileiro manteve o movimento das últimas três sessões, com a operação no azul desde o início do pregão.
Ao fechar, o índice saltou 1,79%. Com a variação positiva, o Ibovespa totalizou 134.580,43 pontos. O último fechamento acima de 134 mil pontos foi 17 de setembro de 2024 (134.960,19 pontos). Hoje, o volume financeiro da sessão somou R$ 17,8 bilhões.
Varejistas entre os maiores ganhos. As ações do Magazine Luíza (MGLU3) saltou mais de 10%. Entre as perdas, o destaque ficou com a companhia aérea Azul (AZUL4), que desabou mais de 24%.
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