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O que faz a Microsoft perder menos que as outras "big techs"?

Logo da Microsoft em frente a painel com bolsa de valores Imagem: Logo da Microsoft em frente a painel com bolsa de valores

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

24/04/2025 10h46

Dentre todas as "big techs" que sofrem quedas com as decisões do presidente dos Estados Unidos, as ações da Microsoft são as que têm o menor impacto.

Os papéis da companhia de Bill Gates continuaram mostrando certa resistência à onda de baixas pela qual passam Apple, Tesla, Google, Meta, Amazon e Nvidia.

O que está acontecendo?

As sete big techs, como são chamadas, acumulam perdas neste ano:

  1. Tesla (TSLA) -37,26%
  2. Nvidia (NVDA) -28,49%
  3. Amazon (AMZN) -21,36%
  4. Alphabet (GOOGL) -19,95%
  5. Apple (AAPL) -18%
  6. Meta (META) -16,44%
  7. Microsoft (MSFT) -12,19%

Fonte: Economatica (de 2 de janeiro a 23 de abril)

A Microsoft tem diferenças que explicam essa queda menos drástica. O maior segredo é o ramo em que a companhia chefiada por Satya Nadella atua: computação em nuvem e uma ampla base de clientes corporativos. "Esse é um setor que tem sido mais protegido dos piores impactos das tarifas de importação de Trump", diz William Castro Alves, economista e sócio da corretora digital Avenue.

A maior parte da receita da Microsoft não vem de produtos físicos ou de consumo, e esse é um grande trunfo. "As tarifas impostas pelo governo Trump afetam principalmente bens tangíveis e setores industriais, impactando diretamente cadeias de suprimento e custos de produção, especialmente em empresas com forte exposição à China, como Apple e Amazon, cujos modelos de negócios são altamente dependentes da venda de produtos", diz Willian Andrade, diretor da gestora Kaya Asset Management.

A maioria dos clientes da Microsoft é formada por empresas que usam, por exemplo, o pacote Office. Isso significa que grande parte de seu fluxo de caixa está vinculada a contratos de longo prazo, dando à Microsoft uma estabilidade adicional que as outras techs não têm na mesma proporção.

No ano passado, por exemplo, a Azure, foi o maior contribuinte da receita da empresa, gerando cerca de 43% do total. A Azure é uma plataforma de computação em nuvem, um serviço de computação que permite ao cliente executar e gerenciar aplicações e serviços por meio de uma rede de data centers espalhados pelo mundo.

Os produtos físicos da Microsoft — o console de jogos Xbox e vários modelos de laptop — têm menor representação na receita. Do total de US$ 69,6 bilhões que a empresa gerou em negócios entre outubro, novembro e dezembro do ano passado, a parte de games e laptops entregou US$ 14,65 bilhões. Assinaturas do Microsoft 365 e LinkedIn geraram US$ 29,44 bilhões e a divisão da Azure, US$ 25,54 bilhões.

A parte financeira robusta e o tempo de mercado também ajudaram. Neste mês de abril, a companhia completou 50 anos. A Apple também tem quase isso: 49 anos. Mas a companhia tem sido mais atingida pela guerra de tarifas, já que produz a linha iPhone na China, que terá de pagar mais de 200% em tarifas para exportar para os Estados Unidos.

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