Big techs perdem US$ 3,7 trilhões em 2025; Tesla, de Elon Musk, derrete 41%

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O ano de 2025 teve um início amargo para os investidores com ações das "Sete Magníficas". Com quedas significativas no preço das ações, o grupo formado por Nvidia, Amazon, Apple, Google, Meta, Tesla e Microsoft acumula perda de US$ 3,7 trilhões somente neste ano.
O que aconteceu
Valor de mercado das big techs desaba em 2025. Juntas, as chamadas "Sete Magníficas" encolheram 21,2% neste ano, de US$ 17,6 trilhões para US$ 13,9 trilhões. O tombo é causado por fatores diversos e não poupou nenhuma das gigantes do mundo tecnológico.
Cenário mostra a recomposição de ganhos recentes. As empresas de tecnologia surfaram em 2024 com a expansão da Inteligência Artificial e as expectativas pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca. A expectativa considerava a redução dos impostos e uma atuação do republicano a favor do mercado.
Praticamente todas [as 'Sete Magníficas'] vinham se beneficiando do otimismo envolvido com a nova gestão Trump e das promessas vindas dos avanços tecnológicos recentes.
Pedro Carvalho, analista da Empiricus
"Efeito Deep Seek" originou a trajetória de perdas. Parte do otimismo das empresas foi minado com o surgimento da startup chinesa, diz Renato Nobile, analista da Buena Vista Capital. "O Deep Seek fez com que as big techs despencassem em um único dia com o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial generativa muito mais baratos, usando muito menos capacidade computacional", avalia.
Tarifas sobre a importação ampliaram as incertezas. As imposições anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, auxiliaram na perda de fôlego das big techs, que contam com o apoio de parceiros internacionais para o desenvolvimento e fornecimento de suas tecnologias. "A Apple se vê em uma encruzilhada, tendo que encontrar outras soluções para sua manufatura", diz Carvalho ao citar a dependência da empresa em relação à Ásia para a fabricação de seus produtos.

Nvidia
Nvidia tem a maior queda nominal do período. Após dobrar de tamanho sucessivamente nos últimos anos, a fabricante de chips e processadores de inteligência artificial perdeu 26,4% de valor de mercado até o dia 22 de abril. Com a perda de um quarto do tamanho, o valor da empresa encolheu US$ 866,6 bilhões, de US$ 3,3 trilhões para US$ 2,4 trilhões.
Restrições de Trump prejudicam a empresa. O "tarifaço" foi mais doloroso para a Nvidia do que o "efeito Deep Seek", observa Carvalho. A percepção leva em conta a decisão do presidente dos Estados Unidos de barrar a venda dos chips de Inteligência Artificial H20 para a China. A empresa estima perder US$ 5,5 bilhões com o bloqueio.
Provavelmente, veremos uma companhia que até aqui vinha performando de forma surpreendente começar a mostrar sinais de arrefecimento por imposições vindas do governo e não por perda de apetite do mercado.
Pedro Carvalho, analista da Empiricus
Tesla
Tesla abandona posto de empresa trilionária. Comandada pelo bilionário Elon Musk, a fabricante de veículos elétricos amarga a maior queda percentual, de 41,1% neste ano. A variação faz o valor de mercado da montadora recuar de US$ 1,3 trilhão para US$ 766,3 bilhões.
Papel de Musk no governo atinge a empresa. Ao aceitar o convite para liderar o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, o bilionário se afastou parcialmente da Tesla. Com a queda de 71% do lucro da empresa no primeiro trimestre, ele promete dedicar menos tempo à Casa Branca.
"Tarifaço" de Trump também é prejudicial. As cobranças sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos trazem efeito negativo, já que a empresa possui uma fábrica de automóveis e de baterias na cidade de Xangai. Também pesa contra a Tesla o crescimento da concorrência com a BYD.
Demais gigantes
Meta e Microsoft têm as menores perdas. Mark Zuckerberg e Bill Gates viram o valor de mercado das suas empresas reduzir, respectivamente, 14,56% e 12,97% neste ano. As perdas na casa dos 20% também alcançam a Alphabet, conglomerado que reúne as empresas Google (-19,98%), a Amazon (-21,06%) e a Apple (-20,24%).
Crescimento prévio explica perda menor da Microsoft. Como os ganhos da fabricante de softwares foram menores em relação às demais "magníficas" em 2024, Carvalho entende que os papéis apresentam menor "predisposição à realização de resultados" em meio às incertezas atravessadas nos últimos meses.
As perdas
- Nvidia: -26,36%, de US$ 3,29 trilhões para US$ 2,42 trilhões (-US$ 866,6 bilhões)
- Apple: -20,24%, de US$ 3,76 trilhões para US$ 3 trilhões (-US$ 761,2 bilhões)
- Tesla: -41,07%, de US$ 1,3 trilhão para US$ 766,3 bilhões (-US$ 534,1 bilhões)
- Amazon: -21,06%, de US$ 2,33 trilhões para US$ 1,84 trilhão (-US$ 490,3 bilhões)
- Alphabet: -19,98%, de US$ 2,31 trilhões para US$ 1,85 trilhão (-US$ 561,1 bilhões)
- Microsoft: -12,97%, de US$ 3,13 trilhões para US$ 2,72 trilhões (-US$ 406,3 bilhões)
- Meta: -14,56%, de US$ 1,48 trilhão para US$ 1,27 trilhão (-US$ 215,6 bilhões)
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