Consignado para quem é CLT pode ser contratado com bancos: o que muda hoje

A contratação do Crédito ao Trabalhador, empréstimo consignado para quem tem carteira assinada, pode ser feita diretamente com os bancos a partir de hoje, 25. O programa entra em uma nova fase e os bancos vão poder oferecer propostas diretamente em seus canais.

O que muda na forma de pedir o crédito consignado

A partir de hoje, 25 de abril, será possível pedir o crédito diretamente nos bancos. O programa entra em uma nova fase e os bancos vão poder oferecer propostas diretamente em seus canais.

Até então, isso era feito exclusivamente pelo aplicativo da Carteira Digital de Trabalho. O cliente vai poder continuar simulando ofertas pela carteira digital, canal que permite comparar propostas entre os bancos.

O que é o novo Consignado CLT

O governo federal lançou em março a nova modalidade da linha de crédito consignado privado. Ele é voltado a CLTs, contratados por MEIs e trabalhadores domésticos e rurais com carteira assinada.

O crédito já acumula um volume de R$ 8 bilhões contratados, em 1,5 milhão de contratos. Os contratos têm valor médio de R$ 5.491,66, com uma média de 16 parcelas de R$ 335,51, segundo a colunista do UOL Mariana Barbosa.

Os trabalhadores usarão o registro no eSocial para ter o FGTS como garantia. Segundo o governo, isso deixará os empréstimos mais baratos. O anúncio foi feito em março pelo presidente Lula (PT) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Como era

O crédito consignado privado já existe desde 2003, mas nunca pegou. No modelo anterior, o trabalhador precisava da garantia do empregador para ter acesso ao empréstimo. Agora, esta base se dará pelo registro no eSocial.

Continua após a publicidade

Quem poderá ter acesso

Todo trabalhador com carteira assinada poderá acessar a linha de crédito. A medida mira principalmente os empregados domésticos e trabalhadores rurais com carteira assinada, além funcionários de MEIs.

A novidade está disponível a todos os que têm carteira de trabalho registrada. Segundo Marinho, é um universo de cerca de 47 milhões de trabalhadores, além dos trabalhadores contratados por MEIs (microempreendedores individuais). No caso dos contratados por um MEI, o microempreendedor (contratante) é avisado sobre o empréstimo e o desconto é feito na folha, junto ao FGTS. O dono da MEI não tem direito a esse tipo de crédito por ser o empregador.

A quais dados o banco terá acesso?

Para solicitar empréstimo pelo programa o trabalhador permite que o banco acesse alguns dados. Dentre eles estão nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa.

Como será feito o desconto das parcelas?

Pagamento ocorre mensalmente pelo eSocial, até o limite de 35% do salário. Segundo o governo, isso permite que as taxas de juros sejam inferiores às praticadas atualmente no consignado por convênio. Após a contratação, o trabalhador acompanha mês a mês as atualizações do pagamento das parcelas.

Continua após a publicidade

Qual será a garantia do empréstimo?

O trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo no FGTS. Também pode usar 100% da multa rescisória em caso de demissão. Essa garantia gerou polêmica quando o crédito foi lançado.

Quais bancos vão oferecer a modalidade?

As operações serão feitas somente por bancos habilitados. A estimativa é que mais de 80 instituições financeiras estejam habilitadas.

Como funcionará a portabilidade?

A portabilidade estará disponível a partir de 6 de maio para a conversão de um crédito pessoal em consignado. A data para início era junho, mas o governo antecipou essa possibilidade para maio, segundo Mariana Barbosa. Pelo novo cronograma, a partir de 6 de maio o cliente que tiver um empréstimo pessoal já vai poder converter a dívida para um consignado privado de outra instituição de forma automática. Essa quitação da dívida antiga é feita diretamente entre as instituições.

Continua após a publicidade

Hoje isso só pode ser feito de forma automática se as duas dívidas forem contraídas dentro da mesma instituição. O cliente que quiser substituir um crédito pessoal com taxas mais altas por uma dívida nova no consignado privado com outra instituição precisa transferir o dinheiro e solicitar a quitação.

Se o trabalhador mudar de empregador, mas seguir com carteira assinada, a dívida é transferida para o novo emprego. A partir de junho, o sistema, que é gerido pela Dataprev, vai permitir também a portabilidade entre créditos consignados privados de diferentes instituições.

Em caso de demissão, o desconto será aplicado sobre a rescisão. O trabalhador poderá usar até 10% do saldo no FGTS para garantias e ainda 100% da multa rescisória em caso de demissão. O crédito não substitui o saque-aniversário.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.