Economista: Juros no Brasil precisam de tempo para afetarem atividade
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O efeito de juros no Brasil tem sido muito mais defasado do que em outros países e ainda precisa de tempo para ter o seu resultado na atividade apontou o economista Marcelo Inoue, sócio da Perfin Equities, em entrevista ao Mercado Aberto de hoje.
O dado de IGP-M de hoje conversa com a fala do [Gabriel] Galípolo de ontem, foi uma fala mais na defensiva, tentando conter as expectativas. O que se tem de perspectiva para frente é ainda de inflação acima da meta. É um desafio grande para o Banco Central.
A gente está em níveis muito altos de taxas de juros reais aqui no Brasil, perto de dois dígitos praticamente. Apesar disso, o desemprego continua baixo, a inflação continua persistente. Marcelo Inoue
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou ontem durante evento em São Paulo que é preciso é dar o tempo necessário para que a política monetária faça efeito sobre a economia. Para o economista, a fala dele faz sentido.
O efeito de juros aqui no Brasil tem sido muito mais defasado do que em outros países, os vasos comunicantes da restrição monetária não estão tendo tanto efeito como se imaginava ou qualquer outro país que aplique essa restrição monetária e aumento de juros.
E os efeitos que ele [Galípolo] comentou que o Brasil precisa fazer mesmo de fato são reformas, no lado fiscal principalmente. Então esses são os aspectos mais importantes do porquê que os juros mesmo aumentando ainda não teve esse efeito na economia, o desemprego continua muito baixo.
Marcelo Inoue
O presidente do BC sinalizou hoje que a autoridade monetária irá elevar a taxa básica, a Selic, na próxima semana. Segundo ele, o juro base ficará em patamar restritivo "suficiente" e pelo tempo necessário para cumprir a meta de inflação. Nesse contexto, Marcelo Inoue avalia que os juros estão chegando no seu ponto máximo e uma hora a atividade começa deve começar a ceder.
O tempo vai, ao longo dos próximos meses, dizer para gente se os juros estão fazendo esse efeito. Dito isso, de fato tem uma expectativa já de que os juros estão chegando no seu limite, no seu ponto máximo. Ele também comentou que o patamar atual já é restritivo para a economia. Então alguma hora, de fato, a atividade começa a ceder e os juros começam a ter o seu efeito para a inflação começar a ceder.
Então tem mais uma reunião pelo Banco Central. E na sequência, a gente deveria começar a ter uma redução e corte sequenciais dos juros que deve ser benéfico para outras classes de ativos, como a bolsa.
Marcelo Inoue
Amanda Klein: Galípolo joga água fria em expectativas de queda de juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, jogou um verdadeiro balde de água fria nas expectativas de queda da taxa de juros no Brasil com suas declarações, afirmou a apresentadora Amanda Klein.
Se havia alguma esperança no governo, mesmo no Ministério da Fazenda, que a escalada da guerra comercial produziria um ambiente desinflacionário no Brasil, com a queda dos preços das commodities, que realmente está acontecendo um pouquinho, queda do dólar também, e isso abriria espaço para eventual queda da taxa de juros, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, jogou um balde de água fria nessas expectativas.
Ele disse que ainda há a necessidade de dar o devido tempo para que a política monetária tenha efeito. Nas palavras dele, fizemos um grande esforço para avançar no terreno contracionista e precisamos garantir agora que a política monetária esteja fazendo efeito desejado.
Amanda Klein
Assista ao comentário:
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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