Amcham: Não há sinais de recuo dos EUA em tarifa de 10% para o Brasil
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As tarifas de 10% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil não têm nenhum sinal de recuo nas próximas semanas, afirmou o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, em entrevista ao Mercado Aberto de hoje no Canal UOL.
No caso brasileiro, essa é a indicação, de que esse piso se mantenha em 10%. Em relação aos outros países, essa é a grande pergunta que está em aberto: se esses acordos vão levar esses países a esse piso de 10%, ou se nós teremos um novo piso, se haverá países que serão isentos completamente dessas medidas.
É importante também contextualizar que essa sobretaxa afeta uma parte do comércio, uma parte importante. No caso brasileiro, cerca de 70% das exportações brasileiras são alcançadas por essa sobretaxa de 10%.
Abrão Neto
Abrão Neto disse, no entanto, que há outros setores importantes da exportação brasileira que podem ter uma sobretaxa de até 25%.
É o caso do aço, do alumínio, das autopeças. Ontem, houve um anúncio em relação a automóveis, esses setores estão sujeitos a sobretaxa de 25% e há a possibilidade de outros setores também terem uma taxação maior, produtos derivados de madeira, há uma investigação em curso nos Estados Unidos.
Essa semana se anunciou também a abertura de uma investigação na área de minerais críticos. Então tudo isso para dizer que esse é um cenário ainda bastante movediço. É difícil se traçar com firmeza qual é o piso, porque no nosso entendimento haverá variações importantes nas próximas semanas e meses.
Abrão Neto
Tarifaço de Trump traz mais apreensão do que oportunidades para o Brasil, diz Amcham
Abrão Neto alertou também que as tarifas Trump trazem mais apreensão do que oportunidades para o Brasil no mercado de exportação.
Um aumento de tarifas tem a inclinação de encarecer as exportações brasileiras e reduzir a competitividade do país no acesso ao mercado americano. Então, de forma mais ampla, a perspectiva é mais de apreensão sobre esses impactos do que se buscar efetivamente oportunidades.
Claro que, pontualmente, pode-se surgir algum espaço adicional para as exportações brasileiras em outros mercados que tenham, por exemplo, uma redução da participação americana e mesmo dentro do mercado americano, por exemplo, em produtos, que o Brasil tem competição com a China.
Mas, de novo, a gente está falando de um cenário que ainda não está estabilizado. Então, traçar uma previsão de que o Brasil pode ganhar no mercado americano no setor X, Y ou Z, me parece ainda um cenário muito incipiente.
Abrão Neto
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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