Brasil cria mais de 650 mil vagas com carteira assinada no 1º trimestre

O Brasil criou 654.503 empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2025, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apresentados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado é 9,8% menor do que o apurado no mesmo período do ano passado.

O que diz o Caged

Contratações formais superam as demissões no primeiro trimestre. A criação de 654.503 novos postos formais reflete o volume positivo de 7,14 milhões de admissões com carteira assinada no acumulado dos três primeiros meses deste ano. Foram também realizados 6,48 milhões de desligamentos no período.

Criação de postos é a menor para o primeiro trimestre desde 2023. Na ocasião, o saldo de contratações superou as demissões com 537.503 novos empregos formais. No ano passado, o acumulado entre janeiro e março resultou em 725.973 novas vagas.

Mês de fevereiro puxa saldo positivo do trimestre. No mês, foram abertas 437.111 vagas formais, saldo superior aos apurados em janeiro (+145.816 postos) e março (+71.576). O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribui os resultados a uma antecipação das contratações.

Não teve Carnaval [em fevereiro], como costumeiramente. Isso levou a um processo natural de antecipação e preparação para enfrentar o calendário vigente.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho

Desempenho repõe as perdas do último trimestre do ano passado. O volume de contratações celetistas no primeiro trimestre deixa para trás as 307.320 demissões registradas no acumulado dos últimos três meses de 2024. O saldo negativo é recorrente para o período devido ao fim das contratações temporárias.

Somente no mês de março, foram abertos 71.576 postos formais. O resultado é segundo menor de toda a série histórica do Novo Caged, divulgado desde 2020, ano que marca o pior resultado para o mês, com a demissão de mais de 294 mil profissionais em meio à pandemia no novo coronavírus. No mesmo período do ano passado, o foram registradas 201.020 contratações com carteira assinada.

Setores

Setor de serviços lidera as contratações em 2025. O setor apresentou 362.866 postos formais de trabalho, com desempenho positivo administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (+159.048 vagas); e atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+125.661 cargos).

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Indústria tem mais de 150 mil novos postos formais. O saldo do setor foi puxado pelas contratações para o abate e fabricação de produtos de carne (+14.517 vagas), do processamento industrial do fumo (+10.835 postos); e da confecção de artigos do vestuário e acessórios (+9.539 colocações).

Construção e agropecuária têm saldos positivos. Com mais de 33 mil novas vagas na construção de edifício, o ramo da construção acumula a contratação de 100.371 novos profissionais com carteira assinada. Já no agro, o saldo positivo entre janeiro e março é de 51.064 postos formais.

Comércio foi o único ramo com menos vagas formais. Os destaques no acumulado do ano para o resultado são as reduções no comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (-29.403 vagas) e no comércio varejista de calçados (-11.145 postos).

Salários

Remuneração média no momento da admissão cresceu. Os brasileiros contratados com carteira assinada em março assinaram contrato para receber, em média, R$ 2.225,17. O valor é R$ 4,06 (+0,18%) maior em comparação com fevereiro (R$ 2.221,11) e R$ 29,25 (+1,33%) superior do que o apurado no mesmo período do ano passado.

O que é o Caged

O indicador mede o andamento do mercado formal de trabalho. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.

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Informações do Caged são coletadas a partir do sistema eSocial. A ferramenta é responsável por unificar as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.

Caged usa metodologia diferente da Pnad Contínua, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é o movimento do mercado dentro de um intervalo de três meses.

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