Cautela é bem-vinda, diz secretário de Haddad antes de reunião com Copom

Com o cenário econômico mundial ainda incerto e turbulento, o Banco Central deve adotar medidas mais cautelosas em relação à taxa de juros, afirmou Guilherme Mello, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, em entrevista ao Mercado Aberto de hoje.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom, do Banco Central), que vai atualizar a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic), começa hoje em Brasília com a análise da conjuntura econômica.

A gente tem que ter muita cautela nesse momento de mudança, não só nas expectativas para o Brasil, mas nas expectativas para o mundo. O Copom e o Banco Central dispõem de um amplo conjunto de informações para tomar a melhor decisão nesse momento turbulento e vão levar em consideração não só os dados correntes, como as expectativas e a própria leitura da conjuntura internacional.

Nós estamos em um cenário turbulento, incerto, cautela, claro, é sempre é bem-vinda nesses cenários. O Banco Central deixou uma indicação, e ele vai, com base nas informações que ele tem, tomar a decisão que ele acha mais correta para trazer a inflação para a meta, com menor custo sobre a atividade.

Existe vetores para todos os lados, é preciso fazer um balanço de riscos e oportunidades. Eu sigo achando que o Brasil é um país bem posicionado nesse balanço, tanto do ponto de vista de atividade quanto do ponto de vista de nível de preço, de inflação.

Guilherme Mello

Mesmo com um cenário mundial incerto, o secretário de Fernando Haddad afirmou que a perspectiva de crescimento do Brasil segue dentro dos 2,5%.

O melhor guia para quem está tentando fazer essa difícil arte de prever o que vai acontecer no futuro da economia brasileira e da economia mundial é enxergar com clareza o que vinha sendo projetado e, eventualmente, fazer algum ajuste pontual.

Mas nós ainda enxergamos uma projeção de crescimento para o Brasil, algo em torno de 2,5%, pode ser um pouco menos, pode ser um pouco mais, vai depender de uma série de fatores, mas é o cenário base que nós do Ministério da Fazenda trabalhamos.

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Quando eu falo em algo em torno de 2,5%, 2,3% está incluído no entorno de 2,5%, está próximo a 2,5%, porque é sempre muito difícil você cravar um número. Então hoje nós temos 2,3%, vamos rodar a grade dos nossos modelos, a grade de parâmetros, mas, como eu disse, a princípio, mantenho, de alguma forma, o cenário original que eu tenho.
Guilherme Mello

Quando questionando sobre a taxa Selic, Guilherme Mello desconversou e disse que não cabe a ele nem ao Ministério da Fazenda fazer projeções sobre juros.

Na nossa grade de parâmetros, nós usamos para o ano corrente o próprio boletim Focus. Então não cabe ao Ministério da Fazenda, e a mim particularmente, como secretário de Política Econômica, dar palpites e opiniões sobre a trajetória da Selic.
Guilherme Mello

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