Amanda Klein: Desinflação com tarifaço de Trump facilita a vida do BC
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A desinflação no Brasil causada pelas tarifas impostas por Donald Trump no mercado mundial facilita a vida do BC (Banco Central), já que a atividade econômica no país segue forte, afirmou a apresentadora Amanda Klein na edição do Mercado Aberto de hoje.
O Brasil tem crescido acima da capacidade, o que gera inflação, e por isso o freio do Banco Central com esse aumento de juros. Mas a incerteza lançada pelo tarifaço de Trump é tão grande que vai demandar cautela por parte dos agentes econômicos.
Neste primeiro momento, a guerra comercial tem provocado um efeito desinflacionário no Brasil, conforme, aliás, previram alguns assessores muito próximos a Haddad, com quem eu conversei nas últimas semanas.
O dólar está mais barato, e o preço do barril do petróleo caiu, o que permitiu que a Petrobras reduzisse o valor do diesel três vezes desde abril. As commodities e bens industrializados também devem cair de preço com a desaceleração econômica mundial.
Por outro lado, a atividade econômica aqui no Brasil ainda está forte, tanto é que o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, em entrevista ontem aqui ao Mercado Aberto, disse que a Fazenda mantém a previsão de crescimento por volta de 2,5%. O mercado de trabalho está aquecido e a inflação de alimentos e serviços pressionada.
Amanda Klein
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom, do Banco Central), que atualiza a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic), começou ontem em Brasília com a análise da conjunta econômica.
Amanda Klein afirmou que, seja o que for que aconteça na reunião, o principal vetor será externo, já que a economia nacional segue a mesma.
Os fundamentos da economia brasileira continuam os mesmos. A expectativa de inflação e a inflação corrente estão bastante desancoradas, rodando em torno de 5,5%, sendo que o teto da meta é de 4,5%.
O governo lança programas de estímulo ao crédito, como consignado do setor privado, que não oferece nenhuma perspectiva de um ajuste mais duro, apesar da trajetória crescente da dívida pública e dos gastos que mal cabem em orçamento.
Para o Banco Central americano, que também define a taxa básica de juros hoje, o desafio é ainda maior, segundo a apresentadora.
Um olho na inflação e o outro no emprego. Onde mirar quando os dois correm risco? A alternativa será esperar por dados mais concretos, e manter os juros onde estão.
Nos dois casos, Brasil e Estados Unidos, a principal aposta no mercado não é mais até onde os juros vão, mas sim quando começarão a cair.
Amanda Klein
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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