Ata do Copom deve ter tom menos agressivo após tarifaço, diz economista

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom, do Banco Central), que vai atualizar a taxa básica de juros da economia brasileira, deve ter um tom menos agressivo após o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump na economia mundial, disse José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, na edição do Mercado Aberto de hoje.

O que a gente espera, dado a desaceleração econômica que aconteceu e a deterioração dos preços ativos também por conta do tarifaço, é que a gente tenha uma ata com um tom menos agressivo do que vem aparecendo e, no caso do FONC, ainda mais direcionamento para os sinais incipientes de moderação na atividade e aumento nos preços numa escala um pouco mais micro.
José Alfaix

O especialista em economia apontou que pouca coisa mudou em relação à expectativa numérica, mas outras questões sobre a ata do Copom modificaram bastante.

Acho que o mercado está muito alinhado com a expectativa de 0,5% e manutenção da taxa nos Estados Unidos. A gente vem observando essa precificação desde a última reunião dos dois órgãos, em março, pouca coisa mudou na expectativa numérica, mas as questões conjunturais e o conteúdo da ata acabaram mudando bastante.

Quando a gente pega alguns índices de compra, dos gerentes de compra, alguns indicadores no nível ainda não macro, a gente consegue observar varejistas pagando mais caro para fornecedores e fornecedores pagando mais caro via produtos importados.

Então, o que a gente espera é pouca mudança na questão numérica, a previsão é praticamente a mesma, mas a mudança na comunicação deve ser o aspecto mais relevante.
José Alfaix

Amanda Klein: Desinflação do tarifaço de Trump facilita a vida do BC

A desinflação no Brasil causada pelas tarifas impostas por Donald Trump no mercado mundial facilita a vida do Banco Central, já que a atividade econômica no país segue forte, analisou a apresentadora Amanda Klein.

O Brasil tem crescido acima da capacidade, o que gera inflação e por isso o freio do Banco Central com esse aumento de juros. Mas a incerteza lançada pelo tarifaço de Trump é tão grande que vai demandar cautela por parte dos agentes econômicos.

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Neste primeiro momento, a guerra comercial tem provocado um efeito desinflacionário no Brasil, conforme, aliás, previram alguns assessores muito próximos a Haddad, com quem eu conversei nas últimas semanas.

O dólar está mais barato, e o preço do barril do petróleo caiu, o que permitiu que a Petrobras reduzisse o valor do diesel três vezes desde abril. As commodities e bens industrializados também devem cair de preço com a desaceleração econômica mundial.

Por outro lado, a atividade econômica aqui no Brasil ainda está forte, tanto é que o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, em entrevista ontem aqui ao Mercado Aberto, disse que a Fazenda mantém a previsão de crescimento por volta de 2,5%. O mercado de trabalho está aquecido e a inflação de alimentos e serviços pressionada.
Amanda Klein

Assista ao comentário:

O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.

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