Dólar sobe pelo 3º dia seguido com mercado à espera de nova taxa Selic

O dólar avançou pela terceira vez consecutiva e encerrou o dia comercializado por R$ 5,746. A alta de 0,62% da moeda norte-americana ante o real ocorre com olhares do mercado voltados para a definição do novo patamar da taxa Selic e o avanço das negociações comerciais entre a China e os EUA.

O que aconteceu

Dólar comercial avança novamente ante o real. A valorização acompanha os recentes movimentos da moeda norte-americana ante o real. Nas últimas três sessões, a divisa acumula valorização de 1,63%, de R$ 5,654 para R$ 5,746.

Moeda para viajantes também ficou mais cara. O dólar turismo acompanhou a movimentação comercial da moeda norte-americana e fechou o dia em alta de 0,58%. Com a variação, a divisa passa a ser comercializada por R$ 5,968.

Copom vai definir ainda hoje a taxa Selic. A definição do Conselho de Política Monetária do Banco Central atrai os olhares do mercado financeiro. As previsões mais recentes indicam que a Selic subirá para 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006. Os juros mais altos têm o objetivo de conter a inflação.

BC dos EUA mantém patamar dos juros. Apesar das pressões do presidente Donald Trump pelo corte da taxa, o Fed (Federal Reserve) optou pela manutenção dos juros da economia norte-americana no patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Decisão surge com temores por "tarifaço". O veredito do Banco Central dos EUA aponta para o risco de que as cobranças impostas por Trump estimulem a inflação nos EUA. "O Fed vê as tarifas com potencial de causar estagflação na economia americana", diz André Valério, economista sênior do Inter.

Negociações entre China e EUA no radar. A confirmação de que o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, vão se reunir na Suíça diminui os temores de guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Início da negociação ainda é insuficiente. Mesmo com as conversas entre China e Estados Unidos agendadas, o mercado ainda teme que o embate não traga resultados suficientes. "A moeda americana avança diante da percepção de que a turbulência global continua longe de terminar", avalia Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

Bolsa

Ibovespa fecha o dia em leve queda. Após apresentar estabilidade na véspera, o principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,09%, aos 133.297,52 pontos. O volume financeiro da sessão superou os R$ 15 bilhões.

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Juros também guiaram o movimento. "O investidor sabe que uma decisão mais dura do Copom ou do Fed pode rapidamente inverter o humor da Bolsa", ressalta Pedro Ros, da Referência Capital.

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