Amanda Klein: BC deixa em aberto seus próximos passos; Fed joga parado
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Com o aumento anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, o BC (Banco Central) deixa em aberto seus próximos passos na economia brasileira, já o Fed nos Estados Unidos jogou parado ao decidir manter taxa de juros, afirmou a apresentadora Amanda Klein no Mercado Aberto de hoje.
O Copom tirou o forward guidance. Muitos economistas com quem conversei acham que o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário e manterá os juros elevados por bastante tempo.
Na visão deles, o correto seria mais uma elevação de 0,25%, citando a inflação muito longe da meta. Mas não foi isso o que eles leram. A maioria achou o comunicado dovish, que é uma expressão no mercado que significa fraco ou suave.
Pela primeira vez em muito tempo, o balanço de riscos do Copom está simétrico. Há três fatores de alta para a inflação e três de baixa. E a projeção de inflação pelo modelo do BC caiu de 5,1% para 4,8% neste ano, e de 3,7% para 3,6% no ano que vem, sendo que a meta é de 3%.
Amanda Klein
O aumento anunciado pelo Banco Central foi de 14,25% para 14,75% ao ano, a mais alta desde julho de 2006. O acréscimo encarece principalmente as operações de crédito e financiamento — o objetivo é inibir o consumo e os investimentos produtivos para frear a inflação nacional.
Mas é 2026 o que realmente importa para o BC, completou Amanda Klein.
Eles trabalham com algo que chama horizonte relevante. Estão sempre olhando seis trimestres à frente. O que mudou no balanço de riscos é o vetor externo. Como eu disse ontem, o medo de uma recessão global trouxe uma perspectiva desinflacionária para as commodities e o dólar caiu.
Amanda Klein
Já o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), apesar das pressões do presidente Donald Trump, decidiu manter os juros dos Estados Unidos entre 4,25% e 4,5%.
Amanda Klein avalia que o Fed está em posição confortável de esperar para ver o que irá acontecer com a economia internacional.
Já o Fed jogou o parado. Testou a paciência do mercado que gostaria de ver os juros caindo já dizendo que será paciente. Nas palavras de Jerome Powell, o Fed está numa posição confortável de esperar para ver. A comunicação neutra é típica de um Banco Central guardando dados.
O presidente do Fed ponderou que com dados econômicos fortes e um mercado de trabalho próximo ao pleno emprego, não há pressa para agir. Principalmente porque a inflação, embora muito menor do que aquele pico de 2022, ainda está acima da meta de 2% nos Estados Unidos.
Ou seja, melhor chegar atrasado do que agir preventivamente cortando juros e ter que mudar o curso ali na esquina, se a inflação sair de controle com as tarifas. Do jeito que está, não está ruim, foi a principal mensagem de Powell. Não faz mal ficar parado.
Amanda Klein
O Mercado Aberto vai ao ar de segunda a sexta-feira no UOL às 8h, com apresentação de Amanda Klein, antecipando os principais movimentos do mercado financeiro.
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