Lucro líquido do Bradesco cresce 39,3% no 1º trimestre e agrada analistas
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O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 39,3% maior que o ganho do mesmo período de 2024, e 8,6% superior ao auferido no quarto trimestre de 2024.
O resultado foi puxado pelo crescimento da carteira de crédito, que chegou a R$ 1 trilhão em operações, alta de 12,9% ante o primeiro trimestre do ano passado. O avanço se deu, principalmente, pelas operações voltadas às empresas (pessoas jurídicas), que cresceram 18,7%.
Seguindo uma estratégia mais cautelosa na concessão de financiamentos, a inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) da carteira de empréstimos do banco ficou em 4,1%, 0,9 ponto porcentual menor que a registrada em março de 2024. A taxa de calote no segmento pessoas físicas ficou em 5,1%, menor também que os 5,5% de um ano antes. As despesas com provisões contra devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 7,64 bilhões, uma queda 2,2% em termos anuais.
Com isso, a margem financeira líquida, o ganho do banco com juros após descontadas as provisões contra a inadimplência, cresceu 30,6% em um ano, para R$ 9,59 bilhões - fruto do crescimento da margem bruta e da queda das provisões. Além disso, as despesas administrativas do banco caíram 4% no período, para R$ 5,26 bilhões.
"No primeiro trimestre do ano, o crescimento das receitas foi a principal razão de melhora da nossa rentabilidade, e esse deve ser o padrão deste ano. Avançaremos, mantendo a boa qualidade das novas safras de crédito, fazendo créditos principalmente com garantias", disse o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, em nota.
Resultado animou analistas
"Ao contrário dos trimestres anteriores, este é talvez o primeiro trimestre em que a tendência de receita orgânica sugere uma melhora estrutural, sem saltos relevantes em nenhuma das linhas restantes", afirmaram Gustavo Schroden do Citi.
Os analistas do Citi ponderaram que o Bradesco continua com desafios pela frente, já que as receitas e despesas não decorrentes de juros devem continuar pressionando os resultados. "Mas reconhecemos que os esforços do banco estão começando a dar frutos com um perfil de risco mais equilibrado", afirmaram. "No geral, uma leitura construtiva para a recuperação e credibilidade do Bradesco", acrescentaram.
A equipe de analistas JPMorgan também destacou positivamente o comportamento da margem financeira (+13,7% ano a ano), além de "forte crescimento no crédito (+12,9%) e despesas gerais e administra abaixo das projeções (+3,7%), entre outros pontos. "Tendências melhores em geral", afirmaram Yuri Fernandes e equipe em relatório, chamando a atenção, para dados de captação, principalmente na linha de recursos de clientes, que recuou 1,3% na base trimestre e subiu "apenas" 3,9% ano a ano.
*Com informações da Reuters e Agência Estado
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