Bolsa supera os 138 mil pontos pela 1º vez e dólar cai a R$ 5,60
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A Bolsa de Valores brasileira atingiu o nível de 138 mil pontos pela primeira vez em sua história e hoje (13) fechou com alta de 1,76%. Já o dólar terminou o dia com forte queda de 1,34%, a R$ 5,609.
O movimento se deve principalmente à redução das tensões globais por causa do início da negociação comercial entre Estados Unidos e China. Dados que mostraram que a inflação dos EUA está comportada também deixaram os investidores mais animados com a saúde econômica da maior potência mundial, enquanto, no Brasil, as apostas de que o ciclo de alta de juros está no fim estimularam apostas em ativos de risco, como as ações negociadas em Bolsa.
O que aconteceu
O Ibovespa superou os 138 mil pontos, um recorde. O índice acionário brasileiro saltou 1,76%, atingindo o nível de 138.963,11 pontos, o maior fechamento da história. O recorde foi no dia 26 de agosto do ano passado: 137.343,95 pontos.
O resultado de hoje coloca o principal índice acionário do Brasil em um patamar nunca atingido antes. O recorde anterior, de 137.469,27 pontos, foi alcançado em agosto do ano passado.
Índice avançou mais de 5.000 pontos em uma semana. O desempenho se deve à sequência de quatro altas consecutivas do Ibovespa. A variação mais expressiva, de 2,12%, foi registrada na última quinta-feira (8), quando o indicador recuperou os 136 mil pontos.
Dólar cai
A cotação do dólar comercial recuou desde a abertura dos negócios. A queda ante o real se intensificou durante a manhã e, no início da tarde, passou a superar 1%, fechando o dia com desvalorização de 1,34%
Ontem, a moeda norte-americana avançou 0,53%. A variação positiva de hoje interrompeu a sequência de duas baixas consecutivas e recuperou parte da perda de 1,6% registrada nos últimos pregões da semana passada. Assim, o dólar recuou de R$ 5,746 para R$ 5,609.
Cotação do dólar para viajantes recuou 1,35%. O dólar turismo seguiu o movimento do dólar comercial e fechou o dia cotado a R$ 5,825.
Os motivos
O mercado financeiro segue de olho no acordo entre China e EUA. Após o "tarifaço" do presidente dos EUA, Donald Trump, e a retaliação de Pequim, representantes das duas maiores economias do mundo se reuniram no último final de semana, quando ficou decidido que os dois países reduziriam suas tarifas alfandegárias por 90 dias.
A trégua tarifária entre EUA e China reduz tensões inflacionárias globais e abre espaço para um ambiente menos volátil.
Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital
Inflação dos Estados Unidos atrai olhares do mercado. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA foi de 0,2% em abril, acumulando alta de 2,3% nos últimos 12 meses. A inflação abaixo das expectativas podem mudar a condução da política monetária dos EUA, resultando em novos cortes da taxa. "Esse é um dos dados mais relevantes que a gente tem para tomada de decisões", diz Alison Correia, analista da Dom Investimentos.
Para o investidor brasileiro, esse cenário representa uma janela de oportunidade para reavaliar a alocação de ativos e avaliar operações estruturadas com proteção cambial.
André Matos, CEO da MA7 Negócios
Trump afirma que a atual taxa de juros é ruim para os EUA. Para Donald Trump, o patamar de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano prejudica o desenvolvimento econômico do país. Caso as taxas sejam reduzidas nos Estados Unidos, os mercados emergentes, a exemplo do Brasil, viram oportunidade de investimento por oferecerem um retorno maior.
Ata do Copom também anima o mercado. O documento apresentado pelo BC (Banco Central) confirmou o compromisso de manter os juros básicos em um nível elevado para conter a inflação. Ainda assim, deixou em aberto o fim do ciclo de alta da Selic ao citar incertezas com o "tarifaço" de Trump e a política fiscal.
O Copom deve manter os juros no atual patamar por um prazo prolongado, até termos uma tendência de queda de inflação mais consistente, bem como seu reflexo nas expectativas.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter
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