PagBank engaja mais clientes, vê lucro subir 6% e começa a pagar dividendos

O balanço do primeiro trimestre de 2025 mostra que o PagBank continua avançando na estratégia de expandir seus negócios além das maquininhas de cartão a fim de se tornar um banco mais completo em produtos tanto para empresas quanto para pessoas físicas.

Nos primeiros três meses do ano, cresceu o engajamento dos clientes — em termos de diversificação e frequência de serviços utilizados —, o lucro líquido recorrente subiu 6% ante igual período de 2024, para R$ 554 milhões, e o banco anunciou seu primeiro pagamento de dividendos, de US$ 0,14 (R$ 0,794 pelo câmbio atual) por ação.

O que aconteceu

O PagBank, uma companhia aberta com ações negociadas na Bolsa de Nova York, divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2025 no início da noite de hoje. Executivos do banco concederam entrevista coletiva à imprensa sobre os números.

Principais resultados financeiros do 1º trimestre de 2025

Receita líquida: alta de 12,6% ante o 1º trimestre de 2024, para R$ 4,85 bilhões

Lucro líquido: alta de 6,1% a/a, para R$ 554 milhões

Lucro por ação: alta de 11,6% a/a, para R$ 1,81

Principais resultados operacionais do 1º trimestre de 2025

Número de clientes: alta de 1,9% a/a, para 32 milhões (sendo 17,7 milhões ativos, alta de 2,6% a/a)

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Volume de depósitos: alta de 10,9% a/a, para R$ 33,9 bilhões

Volume de pagamentos processados: alta de 15,7% a/a, para R$ 129,2 bilhões

Portfólio de crédito: alta de 34,1% a/a, para R$ 3,7 bilhões (cerca de 85% têm garantias)

Inadimplência (acima de 90 dias): estável a/a em 2,3%

Cash-in (desconto de recebíveis): alta de 25,7% a/a, para R$ 83,1 bilhões

O que os números significam?

O lucro do banco está crescendo porque os clientes têm usado mais seus serviços bancários. Quanto mais os clientes usam os produtos, mais fiéis ficam ao banco, e o objetivo do PagBank é se tornar o principal banco de cada um dos seus clientes. Os bancos digitais nasceram oferecendo serviços específicos — maquininhas no caso do PagBank, por exemplo, e cartão de crédito no caso do Nubank —, mas boa parte dos clientes os vê como o seu segundo banco e mantêm relacionamentos mais firmes (e lucrativos) com bancos tradicionais.

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[O resultado trimestral] É reflexo do maior engajamento que a gente tem procurado fazer, oferecendo e proporcionando uma maior transacionalidade desses clientes, fundamentalmente através do cross-sell [venda cruzada] de múltiplos produtos, não só dos pagamentos, mas também dos produtos bancários. Claramente a gente está atuando para se tornar a principal plataforma de interface para os nossos clientes, sejam pessoas físicas, sejam pequenas e médias empresas, de forma também que a gente o faça gerando crescimento dos negócios e gerando valor para os nossos acionistas.
Gustavo Sechin, diretor de relações com investidores do PagBank

Os clientes do PagBank estão deixando mais dinheiro em suas contas e investindo mais nos produtos oferecidos pelo banco. Também vêm usando mais seu aplicativo para pagar seus compromissos — por boleto, Pix ou outras ferramentas. As empresas têm acionado mais o banco para receber antecipadamente os valores vendidos por cartão.

Uma parte importante dessa estratégia é atrair mais clientes que invistam em seus produtos. Esse dinheiro é combustível para o banco emprestar mais e crescer. Cerca de 23% dos clientes ativos do banco também utilizam seus produtos de investimento.

A gente continua investindo muito em três atributos que nos diferenciam nesse mercado. Um é a confiabilidade e a solidez do PagBank, que tem rating AAA por duas agências de risco, balanço sólido e índice de Basileia quase sem paralelo no mercado. O outro é a simplicidade, a facilidade e até a diversidade de opções para o cliente investir. E, terceiro, rendimentos que ultrapassam muito os bancos tradicionais do mercado. A gente conseguiu, com isso, incluir uma população grande que nunca tinha investido antes e investiu pela primeira vez através do PagBank.
Alexandre Magnani, presidente executivo do PagBank

Remuneração aos acionistas

Pela primeira vez desde a abertura de capital, em 2018, o PagBank vai distribuir lucro aos acionistas na forma de dividendos. O pagamento, de valor total de R$ 250 milhões, será feito em 6 de junho.

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O banco também anunciou que pretende pagar dividendos de 10% do lucro líquido todo ano. Essa distribuição está sujeita às condições de mercado e precisa ser aprovada pelo conselho de administração.

Até agora, a principal remuneração do PagBank aos acionistas vinha sendo feita como recompra de ações. Essa tática leva ao aumento do preço dos papéis e, quando há também cancelamento das ações recompradas, os investidores ficam com uma fatia maior da companhia.

O segundo programa de recompra está em vigor desde agosto de 2024. Já foram recomprados R$ 353 milhões em ações. Cerca de 24 milhões de ações que estão em tesouraria agora serão canceladas, segundo o banco.

A decisão de pagar dividendos foi muito mais voltada a ter mais uma ferramenta de retorno para os acionistas. Por outro lado, o programa de recompra continua; a gente executou 75% dele até agora. À medida que ele chegar mais perto do final, a gente pode também lançar um próximo programa. Baseado no nosso histórico, isso deve acontecer.
Artur Schunck, diretor financeiro do PagBank

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