EUA têm nota rebaixada: o que isso significa e qual é o grau do Brasil?

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A agência Moody's rebaixou a classificação de crédito dos Estados Unidos na última sexta-feira, citando dívida e juros crescentes. O país, que anteriormente possuía a nota máxima "Aaa", caiu um degrau e passou para "Aa1".
O que isso significa
As notas de crédito têm a função de indicar aos investidores a situação econômica de um país. Elas apontam o risco de calote e a capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros. A partir dessas notas, os investidores avaliam se vale a pena aplicar recursos em determinado país e se sua economia demonstra estabilidade. Quanto menor a nota, maior o risco para o investidor.
Antes do rebaixamento, a classificação dos Estados Unidos era considerada soberana. Com a mudança, o país perdeu o selo de máxima segurança em investimentos.
A crescente preocupação com a dívida pública pesou na decisão. "Sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e de custos crescentes com juros (...) O desempenho fiscal dos Estados Unidos tende a se deteriorar tanto em relação à sua própria trajetória histórica quanto em comparação com outros países", afirmou a agência em comunicado oficial.
A Casa Branca disse hoje que o presidente Donald Trump discordou da decisão da Moody's. A porta-voz Karoline Leavitt disse a repórteres que o mundo tem confiança na economia dos EUA.
O corte da nota dos EUA ocorre após um rebaixamento feito pela rival Fitch, que em agosto de 2023. A agência também reduziu a classificação soberana norte-americana em um nível, citando a deterioração fiscal esperada e repetidas negociações urgentes sobre o teto da dívida, que ameaçam a capacidade do governo de pagar suas contas. A Standard & Poor's foi a primeira agência a cortar, em 2011, pela primeira vez desde que concedeu aos EUA sua recomendação "Aaa" em 1941.
O clube do "Aaa" vem diminuindo há anos. O grupo de países com as classificações mais altas das três maiores agências é de 11, contra mais de 15 antes da crise financeira de 2007 e 2008. Na Europa, a Alemanha, a Suíça e a Holanda são as maiores economias com a nota mais alta. Canadá, Cingapura e Austrália também estão na lista.
E o Brasil?
A classificação do Brasil pela Moody's na mesma tabela é "Ba1", apenas um nível abaixo do grau de investimento. A nota de crédito do país foi elevada pela agência em outubro do ano passado. No nível Ba1, o Brasil segue na categoria de especulação, ou seja, ainda é considerado um destino arriscado para investimentos.
Mas a perspectiva positiva sinaliza que o país está a caminho de ser considerado um país seguro, que recebe o grau de investimento. Em nota divulgada na ocasião, o Ministério da Fazenda informou que a elevação reflete "os avanços nas contas públicas, um cenário favorável ao crescimento e a solidez dos fundamentos da economia brasileira".
O Brasil ganhou grau de investimento pela primeira vez em 2008. A nota foi dada pela agência S&P, que foi seguida pelas demais. Em 2015, o país perdeu o selo de bom pagador e ficou com uma nota especulativa de investimento. Na época, o país foi rebaixado por uma deterioração nas contas públicas.
* Com Reuters
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