Dólar e Bolsa fecham em alta com investidores atentos a Trump e IOF

Feriado nos EUA e negociações de Trump com União Europeia influenciaram. O mercado repercute nesta segunda-feira (26) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a implementação de tarifas de 50% sobre a União Europeia. As negociações impactaram a moeda americana também em razão do mercado mercado financeiro fechados nos Estados Unidos por conta do feriado "Memorial Day".

Trump disse no domingo que adiou a taxa de 50% sobre o bloco europeu de 1º de junho para 9 de julho. Ele havia dito na sexta que estava recomendando uma tarifa de 50%, expressando frustração com o fato de as negociações comerciais com a UE não avançarem com rapidez suficiente. A postura mais branda do presidente dos EUA, dois dias depois, marcou outro alívio temporário em sua política comercial errática, mas lembrou a rapidez com que as circunstâncias podem mudar.

Os mercados aguardam o anúncio de novos acordos tarifários por Trump. Os EUA já apresentaram acordos com o Reino Unido e China. "Com o apaziguar desse anúncio, a gente vê que o mercado reage no mercado futuro, apesar de estar fechado, positivamente. O S&P futuro ficou em alta, na casa de 1,3%, dando sinais de positividade perante essa expectativa de que o tom [de Trump] que foi anunciado na sexta-feira melhore um pouco nesta semana", afirma José Maria Correia, coordenador de estratégia da Avenue.

Ibovespa fecha em alta

Já Bolsa de Valores abriu o dia subindo 0,13%. Os ganhos variaram ao longo do dia, mas fechou a segunda-feira 0,23% valorizado, atingindo o patamento de 138.136,14 pontos.

O pregão foi marcado pela divulgação de dados econômicos e pesquisas: analistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano para 2,14%, de 2,02% anteriormente, mantendo a previsão de expansão de 1,70% para 2026.

O Brasil também registrou déficit menor em transações correntes do que o esperado. Os dados do BC mostraram que, no mês, o déficit atingiu US$ 1,35 bilhão, ante expectativa de US$ 2 bilhões.

Desempenho reflete otimismo dos investidores em relação ao corte de juros nos EUA. Se confirmado o movimento, a tendência é que ele atraia capital para mercados emergentes, como o Brasil, segundo Pedro Ros, CEO da Referência Capital. Apesar de ter mantido a taxa de juros em alta, com 4,50%, nove das 19 autoridades de política monetária do Fed (o BC americano) sinalizaram que a taxa reduz para a faixa de 3,75% a 4,00% até o final deste ano.

Mas dólar em alta também indica cautela em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). "O dólar comercial abriu em R$ 5,65, em alta, o que evidencia a cautela dos agentes econômicos diante das recentes medidas domésticas, como o aumento do IOF, e da persistente incerteza fiscal, fatores que ainda pesam na confiança sobre o país", diz Ros.

(*) Com informações da Reuters