Mercadante sugere taxar Bets e cobra redução da Selic em evento com Haddad
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O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, cobrou a redução da taxa básica de juros, a Selic, e propôs aumentar o imposto sobre as Bets. Já ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou entrar em polêmicas, mas disse que trabalha para que tributos e taxa de juros voltem a "patamares adequados".
Mercadante e Haddad participaram hoje do evento Nova Indústria Brasil — organizado para discutir a reindustrialização nacional. Também participaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e a ministra de Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O que aconteceu
Mercadante cobrou redução da taxa Selic. "Vamos baixar a Selic, porque tem espaço para fazer de forma gradual, segura e sustentável", disse o presidente do BNDES. No começo do mês, a taxa básica de juros subiu para 14,75% ao ano, maior patamar desde 2006.
Presidente do BNDES também disse que o IOF gera 'contração monetária', aumentando o custo do crédito. Uma política contracionista é uma medida que visa reduzir a oferta de dinheiro e crédito na economia, com o objetivo de controlar a inflação e desaquecer a atividade econômica.
A Selic gera dívida. O IOF gera receita, diminui o problema da relação dívida-PIB na sustentabilidade. Eu estou entre aqueles que (entende que) precisamos olhar gastos estruturais e compensar como é que a gente aumenta a eficiência. Aloizio Mercandante, presidente do BNDES
Mercadante sugere aumentar impostos das Bets. O presidente do BNDES, Aloizio Mercandante, entende que as bets estão "corroendo as finanças populares" e que, ao taxar as bets, seria possível "diminuir, por exemplo, o impacto do IOF e criar alternativas", complementou.
Já Haddad não comenta sobre mudanças na IOF. Durante a fala, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que "com o apoio de parte do Congresso", o governo está conseguindo avançar para estabilizar o orçamento e "criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver". Haddad salientou ainda que o "maior legado" de Lula é a reforma tributária, que entra em vigor em 2027. E comentou ainda sobre jovens nas universidades, mas não falou nada sobre as mudanças na IOF ou na elevada taxa de juros.
Na saída de evento, Haddad reconhece que Selic aumenta custo do crédito. "Nem por isso os empresários deixam de compreender a necessidade da medida", disse o ministro para jornalistas. Haddad diz que quer resolver a situação "o quanto antes" para que tanto a tributação quanto a taxa de juros do país voltem a "patamares adequados".
Alckim diz que alíquota de 27,5% do IR deveria ser cobrada para quem ganha R$ 100 mil. Hoje, quem ganha acima de R$ 5.830,85 tem dedução de 27,5% do imposto de renda. "Como é que pode isso? (...) Então vai-se fazer justiça, até R$ 5.000 está isento. 5 a 7 tem uma redução. Essa é a lógica do imposto de renda, proporcionar quem ganha mais, paga mais, e quem ganha menos, paga menos", disse o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também participou do evento.
Presidente do BNDES comentou sobre a diminuição dos EUA no PIB mundial entre 2000 a 2023, dados de estudo do FMI. Aloisio Mercadante observou que a participação dos Estados Unidos no PIB mundial caiu de 20,5% para 15%. Já a China aumentou - o presidente do BNDES não especificou o período. "(Os EUA) Eles perderam 5 pontos percentuais do PIB nesse século 21. A União Europeia caiu de 21,7% para 14,7%. A China subiu de 6,6% para 18,7%", observou Mercadante.
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