Haddad sobre ajuste acertado com Congresso: 'Não é para resolver só 2025'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o conjunto de medidas para compensar o aumento das alíquotas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e solucionar o déficit das contas públicas será apresentado ainda hoje. "Não é uma coisa para resolver só 2025. É uma coisa com impacto duradouro ao longo do tempo", disse ao chegar ao prédio da pasta.

O que aconteceu

Haddad afirma que será anunciada uma reforma estrutural. O ministro disse que as definições foram acordadas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O tema será levado durante a tarde ao presidente Lula para uma definição concreta. "Nós chegamos a um entendimento, com pequenos detalhes a serem arbitrados. O plano de voo está bem montado", afirmou.

São medidas estruturais para dar um conforto ao país, para que tenhamos um bom ano de 2026. Um ano em que possamos discutir o país, para não ficarmos, como aconteceu em 2022, naquela situação de desorganização das finanças.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Solução da questão hoje foi solicitada por Lula, diz Haddad. Segundo o ministro, o presidente cobrou que uma definição sobre as medidas antes da viagem à França. O ajuste ganhou novas proporções após a rejeição do Congresso com a decisão da equipe econômica de elevar as alíquotas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para cumprir a meta de zerar o fiscal.

Para Haddad, as medidas de ajuste têm um alcance positivo. Haddad afirma que as discussões vão resultar na manutenção do compromisso com a meta fiscal e trazer soluções para dar uma "estabilidade duradoura" para as contas públicas. Ele afirma que o anúncio vai definir "medidas estruturais para dar conforto de médio e longo prazo".

Ministro garantiu estar focado em cumprir o centro da meta. A afirmação envolve o cumprimento das medidas desenhadas pelo arcabouço fiscal, que prevê o déficit público zerado neste ano, mas traz uma margem de tolerância de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto).

Compensação do IOF ainda depende da aprovação dos partidos. Haddad reconhece que o andamento ainda depende de deputados e senadores, mas reconhece o aval de Motta e Alcolumbre como determinante para o avanço das propostas a serem apresentadas. "Antes da remessa das medidas já há um acolhimento dos presidentes. Agora vamos negociar com as bancadas", disse.

Reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado foram "decisivas". Haddad afirma que as propostas levantadas colocam ordem no que precisa ser organizado "sem prejudicar a população, respeitando os direitos e avançando na estabilidade macroeconômica".

Haddad afirma que pacote é "robusto" e está "politicamente amparado". Conforme o ministro, a proposta a ser apresentada traz ao menos uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) e um PL (Projeto de Lei) amplo. "Eu posso precisar também, para questões tópicas, de uma medida provisória que entre em vigor imediatamente para determinadas correções", antecipou.

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Os governos duram quatro anos, mas nós precisamos fazer coisas para o país. Precisa haver uma agenda de Estado no Brasil. Tem agenda de governo, na qual cada um tem a sua opinião, mas tem uma agenda de Estado, para colocar as coisas em ordem.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

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